Benchmarking começa a ser aplicado no meio rural em Minas Gerais

No setor empresarial, existe uma prática muito comum que serve para melhorar as empresas através da chamada “espionagem do bem”, o benchmarking. Um profissional capacitado circula entre várias empresas, compara as realidades e depois usa as boas ideias de uma em favor das outras. Esse conceito foi aplicado no meio rural por uma consultoria de Minas Gerais e resultou em um banco de dados que pode servir como parâmetro para outras propriedades.

Com base nessas informações, muitas fazendas estão aumentando a produção e ganhando mais dinheiro. É o resultado do trabalho de equipe, da boa gestão e da busca pela eficiência.

Em 2006, a Fazenda Engenho, no município de Araxá, no Alto Paranaíba, em Minas Gerais, começou a por em prática um projeto ousado: aumentar a produção e os resultados sem grande expansão na área.

De 5,5 mil hectares com seis mil cabeças de gado, passou, cinco anos depois, para 6,5 mil hectares, 4,5 mil deles destinados à criação de nove mil cabeças de gado. Outros mil hectares foram ocupados pela lavoura, no sistema de integração com a pecuária. Na propriedade, são criados animais de elite das raças gir, girolando e nelore. Mas a maior parte da fazenda é usada pelo gado comercial, com lotação de mais de duas cabeças por hectare.

Além da implantação da lavoura, outras mudanças foram necessárias para que o projeto desse certo. Os pastos foram rotacionados e adubados e uma parte destinada à plantação de cana, que serve como volumoso para complementar a alimentação do gado.

A movimentação da fazenda é acompanhada de perto pelo consultor Alvim Marcelo, que faz parte de uma consultoria que tem sede em Minas Gerais e presta serviço em vários Estados do Brasil. Foi da consultoria a ideia de juntar todos os dados das propriedades assessoradas e fazer um levantamento para detalhar a produção e a lucratividade de cada uma delas.

Os números da fazenda em um ano são comparados com os do ano anterior e é feita ainda uma comparação entre as propriedades. Dessa forma, há troca de experiência. Não existe um modelo único para ser aplicado, o perfil do proprietário tem que ser respeitado. Também não existe milagre, apenas uma regra comum a todos: rigor na gestão e a busca pela eficiência.

Essa comparação entre as empresas é chamada de benchmarking, uma espécie de espionagem saudável para verificar o que cada fazenda tem de bom e pode ser aplicado em favor das outras propriedades. Com o estudo, foi possível apurar, entre outros dados, qual o resultado líquido, ou seja, o que sobrou de dinheiro por hectare para o pecuarista, e qual o retorno sobre o investimento em capital. Em média, o resultado líquido de 99 fazendas comparadas foi de R$ 146,10 por hectare e 14,3% de retorno sobre o capital investido.

Tamanho não é documento, topografia não é determinante, preço alto da arroba nem sempre é sinal de maior lucro. Esses foram alguns dos mitos derrubados pelos estudos feitos pela consultoria. Com muito planejamento, treinamento da equipe, bom manejo dos pastos e do gado é possível, sim, fazer com que o famoso bezerro gabiru, chamado de genérico, seja abatido com no máximo 2,5 anos e mais de 18 arrobas.

Todo o trabalho nas fazendas acompanhadas pelo benchmaking é voltado para a eficiência, com menor custo e maior produtividade. O cocho com cobertura rebaixada, por exemplo, foi ideia dos consultores. Feito com matéria de refugo de indústrias, é funcional e custa menos que os modelos mais altos e cobertos por telha. Mas, segundo o consultor Alvim Marcelo da Silva, o projeto só deu resultado porque teve a determinação do proprietário e o empenho da equipe.

Fonte: Canal Rural (acessado em 15/12/2011)

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