Pets obesos podem ser um reflexo da humanização

Os pets estão cada vez mais perto das famílias e conquistam seu espaço de membro. A convivência já é tão próxima que até a alimentação deles não se restringe mais apenas às rações ou biscoitinhos feitos para animais. Eles querem e estão ganhando comida de humanos. Mas isso é preocupante: se o excesso de calorias pode fazer mal aos humanos, imagine aos animais.

Além de consumirem alimentos inadequados, muitos pets acompanham a rotina de sedentarismo de seus donos. As atividades de lazer que todo animal de estimação deve ter, como correr, brincar e exercitar seus sentidos, características próprias de um animal, estão sendo deixadas de lado. Assim, não há saúde que aguente.

Os números crescentes de animais domésticos obesos chamam a atenção dos especialistas no assunto. Segundo o relatório do Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, estima-se que já sejam 40% os cães americanos e 20% os cães brasileiros com esse problema. No mundo ocidental, 25% de toda a população de cães e gatos possui peso acima do normal.

“A obesidade é a doença nutricional mais frequente de cães e gatos”, explica o médico veterinário Aldo Macellaro Júnior. Segundo ele, é possível estimar que se um cão ou um gato consumir regularmente 1% mais calorias que o necessário, ficará quase 25% acima do peso na meia-idade.

Mas não são só as gordurinhas salientes que preocupam. A quantidade de problemas de saúde que podem ser desencadeados pela obesidade nos pets também é grande: afecções articulares, afecções cardíacas, hipertensão, afecções respiratórias, diabetes mellitus, riscos anestésicos e cirúrgicos, interferência nos processos diagnósticos, esteatose hepática, incidência de neoplasias e menor resistência a doenças infecciosas, pancreatite e outras alterações. “A mortalidade é 50% maior em pessoas que estão 20% acima do peso ideal. Apesar desses valores não estarem bem estabelecidos nos cães, espera-se dados semelhantes”, conta o veterinário.

Segundo Marcellaro Júnior, a obesidade pode ser classificada como não complicada (resultante primariamente de um consumo calórico excessivo) ou complicada (que surge de outras causas e é necessário que se trate a causa primária). “Diversos fatores de risco contribuem para essa situação, como genética, sexo, idade, atividade física e composição calórica da dieta”, afirma.

Perceber que seu animal de estimação está acima do peso não é tão difícil, mas exige atenção quanto às características de cada raça. Para o veterinário, uma análise do score corporal do pet pode ajudar numa resposta mais precisa.

Para ele, a obesidade é uma condição de balanço energético positivo estocado sob a forma de gordura com efeitos deletérios à saúde. “A obtenção do peso ocorre quando é ingerido mais do que é gasto, o que pode gerar um desequilíbrio na balança de ingestão e gasto de energia”. Por isso, são importantes a prática de atividades físicas para os animais e o controle da alimentação deles.

Pode ser difícil resistir aos focinhos “pidões” quando se come uma guloseima, mas pensar na saúde deles em primeiro lugar pode ser uma poderosa arma para sua resistência. Para ajudar seu pet a manter uma alimentação correta e saudável, você pode começar cortando alguns alimentos que não devem nem sequer passar perto deles.

O ideal, segundo Marcellaro Júnior, é fornecer somente ração seca de boa qualidade, que pode ser indicada pelo veterinário. Essas rações já são balanceadas com todos os nutrientes que o pet precisa para ter uma alimentação saudável. Evitar petiscos ou comida caseira que contenham muito sal ou gordura também auxilia. “Alimentos que contêm açúcar ou, principalmente, chocolate são proibidos aos animais. Petiscos saudáveis como frutas não ácidas, talos de vegetais como cenoura ou brócolis podem substituir os petiscos industrializados”, explica o veterinário.

Quem também prejudica e muito a saúde dos animais domésticos é o tão conhecido amigo da sociedade moderna, o sedentarismo. O problema possui papel importante no desenvolvimento da obesidade de cães e gatos, ainda mais quando o animal possui a mesma rotina e alimentação do dono. “A maioria dos animais é obesa devido à superalimentação induzida pelo proprietário e/ou a quantidade inferior de exercícios”, explica Marcellaro Júnior. Para ele, cães que não têm a companhia de outro animal, possuem maior chance de desenvolver a obesidade, pois não terão o hábito de brincar e pular e, consequentemente, gastar energia.

Segundo o veterinário, existem vários meios de recompensar o cão em vez de oferecer apenas comida. Carinho, um longo passeio ao ar livre, interação com outros animais são ótimas formas de recompensas não alimentares.

Fonte: Itu.com.br (acessado em 27/01/2012)

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