O caso da morte de um bebê de dez meses, vítima da Leishmaniose Visceral com provável contaminação no Distrito Federal, levantou novamente o debate entre aqueles que defendem o sacrifício de animais diagnosticados com a zoonose e os que condenam a prática. Em reportagem para o jornal Correio Braziliense (DF), o presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Dr. Benedito Fortes de Arruda, explicou porque o CFMV ainda recomenda a eutanásia em cães infectados.
A Leishmaniose pode ser transmitida ao homem e causar a morte se não for tratada. Depois de o mosquito picar o animal (roedores, lobos, gatos, cachorros, entre outros) contaminado com o parasita maduro, ele pica o homem e transmite o micro-organismo.
Em 2008, o Ministério da Saúde e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicaram uma portaria que proibia o tratamento da Leishmaniose Visceral em cães infectados ou doentes com produtos de uso humano ou que não tenham registro federal. O CFMV reforça a portaria e afirma que o tratamento dos cachorros oferece risco à população, pois não promove a cura da doença, e o animal contaminado continua sendo fonte de contaminação. No início desse ano, porém, a decisão da 3ª Região do Tribunal Regional Federal (TRF) considerou ilegal a portaria.
O presidente do CFMV reconhece que alguns veterinários acreditam no tratamento, enquanto outros consideram o risco ao ser humano maior. O Conselho optou pela eutanásia. “É uma questão de saúde pública. Você manter um cão que pode transmitir a doença para você, sua família e seus vizinhos é muito complicado. O tratamento não é recomendado porque ele não cura”, constata.
Fonte: Portal CFMV (acessado em 08/03/2013)