A Olimpíada de 2016 ainda está longe de começar, mas já tem uma grande disputa. Simpáticos, atléticos e 100% brasileiros, o mico-leão-dourado e o muriqui competem pela vaga de mascote oficial do evento. Os dois têm argumentos de peso: são carismáticos, endêmicos da mata atlântica e seriamente ameaçados.
Espécie de pop star da fauna brasileira, o mico-leão-dourado tem a seu favor justamente essa fama. A agressiva campanha para salvar a espécie, que dominou a mídia há 20 anos – quando as discussões ambientais ainda eram bem menos comuns – tornou sua juba avermelhada conhecida em vários cantos do planeta.
“Esse animal é a cara do sucesso. Tem uma história linda, de engajamento da sociedade. Vem gente de todo lugar do mundo só para conhecê-lo”, diz o diretor-executivo da ONG Associação do Mico-Leão-Dourado, Luís Paulo Ferraz, que encabeça a campanha do macaquinho. “E, além de tudo isso, o mico-leão-dourado ainda é da cor da medalha de ouro”, brinca o ambientalista.
Do outro lado da disputa, o muriqui, maior primata das Américas, tem um time estrelado de apoiadores, como Gilberto Gil e Chico Buarque, que aparecem em um caprichado vídeo de divulgação da campanha, encabeçada pelo Instituto Ecoatlântica. “O muriqui está para o Brasil como o panda gigante está para a China”, diz o presidente da Conservação Internacional e estudioso de primatas, Russell Mittermeier. A ONG e Mittermeier estão ajudando na internacionalização da campanha do muriqui, que tem ainda o apoio do governo do Rio de Janeiro.
“Justamente por ser um animal menos conhecido, ele merece essa chance de aparecer. O mico também está ameaçado, mas a situação do muriqui é alarmante”, diz Mittermeier. A estimativa é que, no Estado do Rio de Janeiro, haja apenas 160 deles.
O resultado só sai em 2014, mas os cientistas estão otimistas. A definição do tatu-bola, também muito ameaçado, como mascote da Copa de 2014 é considerada um sinal de que a questão ambiental será determinante.
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Fonte: Portal G1