A indústria brasileira de carne bovina tem a expectativa habilitar até 19 plantas frigoríficas para exportar para a China. Foi o que afirmou, no dia 18/11, o diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec), Fernando Sampaio. De acordo com ele, oito já estavam certificadas antes do embargo do país asiático e poderiam exportar imediatamente. Outras 11 estão em uma “lista de espera”, mas as informações sobre essas unidades já foram enviadas às autoridades chinesas.
A retirada do embargo da China foi confirmada no último fim de semana, depois de reuniões técnicas entre representantes dos dois governos. Em nota oficial, o Palácio do Planalto estimou que, já em 2015, as vendas de carne bovina para o país asiático poderiam ficar entre US$ 800 milhões e US$ 1,2 bilhão.
Questionado sobre o assunto, Fernando Sampaio evitou fazer uma estimativa. “Não estamos fazendo previsão porque a nossa limitação vai ser o número de plantas. Uma coisa é o que eu consigo com oito plantas. Outra é o que posso produzir com 19. A gente acredita que possa liberar as plantas todas e até mais em um futuro próximo”, ponderou.
Entrar na China significa disputar um mercado que atualmente importa cerca de 300 mil toneladas de carne bovina. O principal concorrente do Brasil é a Austrália, país com quem os chineses têm um acordo bilateral que prevê preferências tarifárias. “É um assunto que estamos estudando, mas o fato é que a gente tem competitividade para pegar uma boa parte desse volume que a China está importando”, afirmou.
Em 2012, o Brasil embarcou para o país asiático 17 mil toneladas e a tendência era de aumento nos volumes, até que veio o embargo. “Agora é recomeçar, mas a gente acha que vai dar para retomar as exportações com força total”, avalia Fernando Sampaio, que acredita também em resposta rápida do lado da produção para garantir a oferta necessária.
Fonte: Globo Rural