A busca por alternativas ao uso de animais em ensaios clínicos e testes de produtos intensificou-se na última década. Um dos casos mais representativos é o programa Tox 21 (Toxicologia do Século 21), criado com a colaboração de agências federais norte-americanas, como os National Institutes of Health (NIH) e a Environmental Protection Agency (EPA).
Lançado em 2008, utiliza modelos matemáticos e computacionais, aliados à genômica e à tecnologia robótica, para estudar a estrutura e a toxicidade de uma vasta coleção de compostos químicos. O objetivo é conhecer as vias pelas quais as toxinas agem no organismo e criar métodos capazes de predizer se um candidato a fármaco merece ser submetido a ensaio clínico.
“O sucesso das próximas etapas do programa depende de colaborações mais robustas, envolvendo companhias farmacêuticas”, diz Raymond Tice, do National Institute of Environmental Health Science dos Estados Unidos, instituição envolvida no Tox 21. Segundo ele, o paradigma dos testes em animais não incorpora avanços para tornar o processo mais seguro e preciso.
Eduardo Pagani, gerente de desenvolvimento de fármacos do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), mostrou como modelos computacionais são capazes de comparar a estrutura de uma molécula candidata com a de outras já testadas e definir se vale a pena seguir com seu desenvolvimento.
O LNBio, que trabalha nessa frente, busca parcerias. No caso, com grupos que dominam a tecnologia de organs-on-a-chip. Trata-se de uma técnica em estudo nos Estados Unidos e na Alemanha que usa células para desenvolver tecidos humanos integrados a microchips, capazes de reproduzir o funcionamento de órgãos vivos. “Queremos atuar no campo de mimetização de tecidos”, ressalta Pagani.
Fonte: Ambiente Brasil