Morte de macacos por febre amarela cresce e preocupa OMS

Autoridades internacionais de saúde estão apreensivas com o risco da epidemia brasileira febre amarela se alastrar para outros países das Américas. O principal motivo da preocupação manifestada em alerta feito na semana passada pela Organização Pan-Americana da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) são as mortes de macacos em maior número de estados localizados em áreas de fronteira. Há suspeita que os animais tenham sido vítimas da forma silvestre da febre amarela.

A morte de macacos é considerada um alerta da circulação do vírus causador da doença. Em geral, o microorganismo fica estabelecido em matas e áreas silvestres e causa baixo número de casos. Por alguma razão ainda não explicada e provavelmente relacionada ao desequilíbrio ambiental, o vírus passa a se espalhar rapidamente entre macacos e humanos. Os macacos são os primeiros a morrer.

Risco de urbanização

Apesar da gravidade da situação, até o momento os especialistas não identificaram mudanças do ciclo silvestre da doença para o ciclo urbano. A diferença entre ambos é o vetor (transmissor). Em áreas rurais e de floresta, a febre amarela é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Em área urbana, ela pode ser transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo da dengue, da Zika e da chikungunya. Desde 1942 não há registros no Brasil de transmissão urbana da febre amarela.

No sábado (11), Stephen J. Seligman, especialista em doenças infecciosas e professor da Universidade Rockefeller, nos Estados Unidos, comentou a epidemia brasileira na rede ProMED-mail, voltada à vigilância epidemiológica e presente em mais de 150 países.

Segundo o especialista, um total de 85% dos casos e 88% das mortes registrados até agora ocorreram em homens, sugerindo que a infecção atinge predominantemente homens que trabalham em áreas de selva. ‘Isto é consistente com a observação de que nenhum dos casos ocorreu em crianças menores de 10 anos de idade. Até 96% das infecções aconteceram em pessoas sem história de vacinação, uma observação que confirma a incompletude da imunização em Minas Gerais nos últimos anos’, reforça Seligman. A cobertura vacinal nas regiões de Minas Gerais, onde estão sendo registrados os casos humanos, estava em torno de 45%, quando o ideal é mantê-la acima de 80%, de acordo com dados publicados pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT).

Seligman diz que o número elevado e incomum de casos fatais em macacos sugere a existência de condições ambientais propícias à propagação de mosquitos. Em particular, daqueles habituais transmissores da febre amarela silvestre no Hemisfério Ocidental. Esse é um dos tópicos em debate entre especialistas no País para explicar o que teria motivado o surto. ‘A abundância de casos fatais em macacos juntamente com ampla ocorrência de febre amarela em seres humanos em uma região com uma história de escassa vacinação levou a uma tempestade quase perfeita para a disseminação da febre amarela silvestre. Felizmente, a vacinação extensa irá limitar a epidemia rural e a propagação para as cidades.’

‘Vacinar é mesmo a única saída, uma vez que não foram desenvolvidos métodos para prevenir a disseminação da doença por meio da redução das espécies que a transmitem’, diz Seligman. Ele aponta que a restrição de fundos para pesquisa no Brasil e a inflação próxima de 10% representaram complexidades adicionais para o desenvolvimento de métodos de contenção dos vetores da doença (os mosquitos). Como resultado, o que temos é uma infestação de Aedes Aegypti em praticamente todas as áreas urbanas de municípios brasileiros e, aparentemente, nenhuma perspectiva ou planos concretos para erradicação a longo prazo.

Fonte: Brasileiros Notícias.

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