Escolher uma profissão pode ser um desafio para muitos jovens. Não para o Dr. Márcio Rangel de Mello, que decidiu pela Medicina Veterinária ainda na adolescência, enquanto acompanhava a rotina de trabalho de seus familiares em fazendas, na região de Guaratinguetá, interior de São Paulo. Ingressou na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp Botucatu com o objetivo de atuar com grandes animais, porém, ao se formar, um outro mercado se abriu. “Na década de 80, havia uma grande demanda por clínicas de pequenos animais. Decidi então pela abertura de um consultório, onde no início atuava sozinho. Estudei bastante, conversei com outros profissionais da área e busquei novos conhecimentos. Hoje, sinto-me realizado profissionalmente e grato pelas escolhas que fiz”, conta o médico-veterinário.
Foram anos de dedicação e investimento. Hoje, a Clínica Veterinária Mello é referência na cidade de Lorena, local em que está instalada, no Vale do Paraíba, e oferece serviços de atendimento clínico e cirúrgico, exames em geral, pet shop, banho e tosa. O estabelecimento conta com a atuação de outros dois médicos-veterinários, dentre eles, Luiz Gustavo Mello, filho de Márcio, formado em 2007. “É muito gratificante contar com a parceria do meu filho nesta missão que é exercer a Medicina Veterinária. Quando ele se formou e optou por trabalhar com pequenos animais, investimos na clínica e passamos a oferecer mais opções de serviços. Ele é bastante focado e está sempre buscando inovações”, elogia.
Dentre algumas das dificuldades do início de carreira, Mello cita o relacionamento interpessoal. “Os médicos-veterinários saem da universidade tecnicamente preparados, contudo, não sabem lidar com o público. Setenta por cento do atendimento veterinário está na conversa com o proprietário. É ele quem tranquilizará o tutor, convencerá sobre a necessidade da realização de tratamentos ou mesmo de optar por uma eutanásia quando não há alternativa. Essa base deveria ser adquirida durante a graduação, porém, quando isso não acontece, deve-se buscar estes conhecimentos após a formação”, orienta.
A paixão pela Medicina Veterinária e a seriedade no desenvolvimento de seu trabalho logo chamaram a atenção dos membros do CRMV-SP. Em 2002, Mello recebeu o primeiro convite para integrar o time do Conselho, mas foi em 2006 que sua atuação foi verdadeiramente firmada como conselheiro efetivo e presidente da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais. “Durante dez anos, estive à frente dos dois cargos. Contribuir com as atividades do Conselho é uma forma que encontrei de retribuir o que a Medicina Veterinária me proporcionou”, conta.
Em janeiro deste ano, a Comissão de Clínicos de Pequenos Animais passou a ser presidida pelo médico-veterinário Dr. Rodrigo Soares Mainardi. Atualmente, Mello dedica-se exclusivamente às atividades de conselheiro, sendo responsável pela avaliação e julgamento de processos éticos e de multas, cancelamento de registros, produção de relatórios, entre tantas outras atribuições. “Sigo ainda como membro da Comissão de Clínicos e participo de reuniões plenárias e sessões de julgamento de processos ético-profissionais. Acredito que a alternância de profissionais nos cargos é importante para o fortalecimento do Conselho, que conta com especialistas capacitados e experientes”, diz.
Dividir o tempo entre as atividades de sua clínica e as demandas do CRMV-SP exige muito trabalho e disposição, mas é recompensador, afirma o médico-veterinário, que ainda encontra tempo para manter-se atualizado por meio da participação em cursos e congressos. “O diferencial dos profissionais é a competência. Com tamanha concorrência, aquele que se especializa leva vantagem. Somente desta forma é possível se diferenciar dos demais e conquistar o reconhecimento da classe e da sociedade”, acredita Mello.