Ministério da Agricultura explica plano de fôlego para combate à febre aftosa

A Sociedade Rural Brasileira promoveu nesta quarta-feira (5/7) um encontro importante em sua sede no centro da capital paulista. Reuniu pecuaristas, representantes de empresas e imprensa para um debate sobre a problemática da febre aftosa no Brasil com dois atuantes especialistas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Guilherme Henrique Figueiredo Marques, diretor do Departamento de Saúde, e Plínio Leite Lopes, auditor fiscal federal Agropecuário da Divisão da Febre Aftosa.

A doença, que vitimou algumas cabeças de gado na Colômbia recentemente, está no centro das discussões da pecuária de corte. Algumas informações chegam desencontradas e reside aí a relevância do debate na Sociedade Rural.

Quem coordenou as discussões foi Tereza Cristina Vendramini, diretora de pecuária da casa. Tereza é pecuarista de corte na cidade de Flórida Paulista (SP).

Tanto Guilherme como Plínio atribuíram à Venezuela a responsabilidade pela transmissão da aftosa para o gado colombiano. Os países são fronteiriços. “Vivendo uma forte crise política e econômica, a Venezuela descuida das suas questões sanitárias”, disse Guilherme.

Por sinal, o Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), sediado em São Paulo, avisa há tempos da deficiência daquele país no combate à terrível febre aftosa. “A Venezuela está em situação crítica e existem profundas divergências entre governo e setor privado”, afirma Sebastião Guedes, vice-presidente do CNPC. Ele observa, porém que o caso na Colômbia não deve impactar as exportações de carne brasileira.

Guilherme Marques garantiu que o Brasil exerce uma vigilância severa na sua fronteira com a Venezuela. Disse também que o foco descoberto na Colômbia está a mais de 600 quilômetros da fronteira com o Brasil.

Retirada da vacina

Outro tema atual debatido na Sociedade Rural diz respeito à retirada da vacina contra a aftosa de todo o território nacional até o ano de 2021. O processo seria feito por etapa e começaria gradualmente em 2019. Depois, em 2023, o país solicitaria aos órgãos internacionais responsáveis o status de livre da aftosa sem vacinação, conquista que valorizaria a carne nacional e ainda ampliaria o mercado.

Guilherme e Plínio confirmaram o final da vacinação. Fizeram a ressalva, no entanto, que a moderação deverá pautar o trabalho. Numa primeira fase, a intenção é conquistar o status de Estados nacionalmente livres com vacinação para a Amazônia e o Amapá. Os dois Estados são os únicos que não possuem ainda esse status.

Os diretores do MAPA explicaram também que a retirada da vacinação está inserida no Plano Estratégico 2017/2026 do Programa Nacional da Febre Aftosa (PNEFA), um trabalho de fôlego e que foi explicitado pela primeira vez à imprensa, mesmo tendo sido oficialmente lançado em abril último.

Detalhe importante: O plano foi elaborado em parceria entre o governo, através do Mapa, e entidades privadas como a Confederação Nacional da Agricultura, a ABCZ de Uberaba, a Abiec, que representa os exportadores de carne, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal, e a Universidade de São Paulo (USP). “O início dos trabalhos foi em 2007. Agora, no segundo semestre, vamos arregaçar as mangas e partir para a prática”, ressalta Plínio.

Ele explica que o plano tem metas globais. Pretende atuar auxiliando os países fronteiriços e depois alargar o espaço para a exportação de carne – o Brasil já vende para 150 países. “No total, são 16 as operações relacionadas no documento. A retirada da vacina é uma delas”, observa, ponderando que a operação será efetuada com cuidado extremo.

E tudo indica que um pedido formal dos laboratórios será atendido pelo Mapa. É a redução da dose da vacina de 5 ml para 2 ml, o que deixará mais prática a vacinação e ajudará a reduzir a chance de problemas na carcaça dos bois. É que, livre da aftosa, o Brasil não precisa mais utilizar a dose reforçada, diz Guilherme.

Fonte:Globo Rural.

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