Cães e gatos, mesmo em idade mais avançada, costumam ser ativos e brincalhões se a saúde está em dia, especialmente os de pequeno porte. É natural também que, com o decorrer dos anos, os ossos fiquem mais fracos, a coluna mais cansada e as articulações desgastadas. Como consequência, problemas de locomoção começam a aparecer.
Neste caso, os animais idosos podem apresentar dificuldades para caminhar, deitar, se alimentar ou encontrar uma posição confortável para dormir. Pode haver alterações de comportamento, como não aceitar mais carinhos e brincadeiras. Os cuidados incluem exercícios, fisioterapia, acupuntura, dietas específicas, medicação e até intervenção cirúrgica.
Durante o tratamento, os animais podem contar com um conjunto de técnicas para a reabilitação e garantia de bem-estar. “As técnicas não são invasivas e, na maioria das vezes, promovem a melhora da dor e proporcionam conforto ao paciente”, explica a médica-veterinária Maira Rezende Formenton, integrante da Comissão Técnica de Fisioterapia Veterinária do CRMV-SP.
Os métodos incluem tratamento com laser, TENS (estimulação elétrica transcutânea), massagem, exercícios e até hidroterapia, que fazem parte da rotina fisioterápica. Em cães idosos, são frequentes algumas doenças como hérnias de disco, dores articulares, displasias, obesidade e dores musculares. No caso dos felinos, as artroses têm grande incidência.
Em função do maior número de animais com idade avançada, é possível perceber o crescimento da preocupação dos tutores com a qualidade de vida dos pets nesta fase. “A proximidade com eles faz com que os tutores busquem o melhor da medicina. Isso é uma revolução e abre um campo grande na Medicina Veterinária: a geriatria”, afirma Maira.
Os 5 problemas de locomoção mais comuns:
1. Osteoartrose
Doença degenerativa que atinge as articulações e uma causa comum de dor nos pets. Ocorre pelo desgaste das articulações e pode ser agravado pela obesidade ou pelo fato do animal viver em piso liso e subir em camas e sofás muito altos. Não há cura para a osteoartrose, mas, com tratamento adequado, a dor pode ser aliviada.
2. Displasia de quadril
Tem geralmente como causa o fator genético ou hereditário. Os sinais clínicos, como a dor, podem ser agravados por excesso de exercício físico ou sobrepeso, sedentarismo e até condições do local onde o animal vive, como apartamentos de pisos lisos, por exemplo. É comum ver o animal nesta condição mancar ou manter a pata elevada, pois não consegue encostar no chão.
3. Hérnia de disco
É uma degeneração da coluna vertebral. Pode ser causada por malformações na coluna ou adquirida por microtraumas. O disco intervertebral funciona como uma espécie de amortecedor contra choques e danos. A perda de seu conteúdo “gelatinoso”, que é a chamada hérnia de disco, pode causar dor e afetar a medula espinhal. Em casos mais graves, além de dor, o animal pode apresentar dificuldade de locomoção e fraqueza, incontinência urinária e fecal, e até paralisia, com perda de movimento dos membros.
4. Luxação de patela
A luxação de patela é a inimiga dos joelhos, principalmente nas raças pequenas, que têm mais facilidade para correr e subir pelos móveis da casa. Quando a patela – que é um osso pequeno do joelho – sofre luxação, o animal se movimenta de maneira anormal. Ele geralmente começa a mancar e sente dificuldade em apoiar a pata no chão, além de favorecer a ruptura do ligamento cruzado do joelho.
5. Osteocondrose
Costuma atacar os ombros, além de cotovelo, punho e joelho. A região fica fragilizada e podem ocorrer lesões devido a lentidão da maturação da cartilagem, que pode ser genética ou ocasionada por um crescimento acelerado, excesso de cálcio na alimentação e rápido ganho de peso do animal. A osteocondrose faz com que a região acometida fique frágil e haja desgaste articular, podendo causar inflamação e muita dor.