O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), representado pela Comissão de Resgate Técnico Animal e Medicina Veterinária de Desastres (CRTAMVD), participou de mais um treinamento organizado pela Defesa Civil do estado de São Paulo, no Parque São Rafael, em Mauá, no dia 17 de julho. Desta vez foi simulado vazamento de gás no Polo Petroquímico da região e a evacuação da população. O CRMV-SP fez a orientação quanto ao procedimento com os animais.
Participaram as Defesas Civis de São Paulo, Mauá e Ribeirão Pires, o Corpo de Bombeiros e outros órgãos voltados ao atendimento de saúde; empresas do Polo Petroquímico e moradores, somando 458 pessoas. O treinamento visou integrar e capacitar os agentes de defesas civis municipais e demais órgãos para uma eventual emergência.
A integrante da Comissão do CRMV-SP, Bianca Colepicolo, orientou a população para que, ao saírem das residências em caso de emergência, levem seus pets para a área que é segura. A médica-veterinária explica que foram feitos testes para evacuação de residências e de empresas, e da atuação no posto de comando.
“Atuei no posto de comando, orientando para que as pessoas saíssem com seus animais das residências e os encaminhassem diretamente para atendimento médico-veterinário, caso apresentassem algum sinal de intoxicação. O objetivo era a conscientização e evitar o fator surpresa, isso é, deixar todos os moradores mais preparados para caso aconteça algum dia algo assim”, relata Bianca.
Para o tenente Caio Veneziani, da divisão de preparação da Defesa Civil do estado de São Paulo, tanto pets, quanto animais de produção e silvestres, representam nesse contexto de desastre uma grande demanda. “A gente conseguiu ver isso no Rio Grande do Sul. Os animais também precisam de um acolhimento, de um encaminhamento adequado, e essa parceria com o CRMV-SP visa justamente estabelecer protocolos para que isso seja feito da melhor maneira possível.”
Simulação
De acordo com o tenente Veneziani, foi simulada uma emergência com vazamento de um gás tóxico e inflamável, com a evacuação de funcionários de uma ala da empresa, encaminhando-se a um ponto de encontro seguro, junto com os órgãos de emergência do poder público.
“Não chegamos a montar atendimento neste local, pois foi previsto que a nuvem de gás rapidamente seria dissipada e as pessoas voltariam para suas residências. Mas, no caso de um procedimento mais longo, se as pessoas não pudessem voltar para suas casas rapidamente, a orientação seria separar um local para montar o posto de atendimento veterinário, em local com condições de fechamento, como uma quadra esportiva, por exemplo”, conta Bianca.
Neste local, após exame e classificação de risco utilizando a metodologia START (traduzido como Triagem Simples e Tratamento Rápido, método utilizado para triagem primária de incidentes com múltiplas vítimas e classificação delas em uma escala de prioridade de atendimento), os animais seriam identificados e encaminhados ou acolhidos, de acordo com sua condição.
Tenente Caio Veneziani, da divisão de preparação da Defesa Civil do Estado de São Paulo
Parceria
A integrante da CRTAMVD destaca que, após o desastre que atingiu a Vila Sahy em São Sebastião, em 2023, a Comissão do CRMV-SP percebeu a necessidade de uma conexão oficial com a Defesa Civil do Estado de São Paulo para agilizar a presença em desastres e ajudar a preparar e organizar voluntários na atuação com os animais.
“Fizemos um termo de cooperação e agora participamos de todos os eventos, treinamentos e simulados, sendo responsáveis por esta área”, relata Bianca. A Resolução CFMV nº 1.511/2023 indica a possibilidade de formação de banco de médicos-veterinários voluntários para compartilhamento com as autoridades, órgãos e entidades em casos de desastres. “A criação desse banco de cadastro de voluntários, e a elaboração de um treinamento da Defesa Civil, a ser disponibilizado na plataforma deles, acredito que sejam os próximos passos para que os trabalhos da Comissão sigam evoluindo”.
