A relação entre toxoplasmose e a mulher gestante

Em um momento em que se aborda temas de controle de zoonoses, como a raiva, por exemplo, é fundamental atentar-se para outras doenças que também carecem de iniciativas de controle e prevenção. A toxoplasmose é uma destas doenças, dado seu impacto na população animal e humana.

A zoonose consiste em um grave problema à saúde pública por acometer gestantes e os imunossuprimidos. Os gatos são o ponto-chave da epidemiologia, sendo os únicos hospedeiros definitivos do parasito e transmissores de forma sexuada. A doença pode acometer também cães, em casos mais raros, sendo comum a presença de outros agentes infecciosos como os da cinomose e hepatite viral canina.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de gatos em domicílios brasileiros foi estimada em 22,1 milhões, o que representa aproximadamente 1,9 gato por domicílio que tem o animal. Os tutores estão cada vez mais optando por animais de companhia e, neste cenário, a toxoplasmose pode se tornar uma ameaça aos animais e humanos.

Desta forma, existe uma grande preocupação com o fato das gestantes transmitirem toxoplasmose para o feto, pois o parasita infecta a placenta e, posteriormente, a criança pode apresentar lesões severas como hidrocefalia, calcificações cerebrais, retinocoroidite e desordens convulsivas.

Entretanto, a presença do felino em um ambiente com uma mulher gestante não é fator principal para que ela adquira a toxoplasmose, e nem é necessário que ela se afaste dos animais. A atenção aos hábitos alimentares e de higiene podem prevenir a ocorrência da infecção e cabe ao médico-veterinário avaliar e indicar práticas para preservar a saúde do animal.

O estudo ‘Árvore de Valor’ realizado pela Comissão de Animais de Companhia (COMAC), indica que os tutores levam os animais ao médico-veterinário em uma média de duas vezes ao ano e, na maioria das vezes, quando o animal tem algum problema. Este dado demonstra a necessidade de que os médicos-veterinários ressaltem a importância da realização de visitas preventivas para avaliação dos animais.

Neste sentido, os profissionais devem recomendar aos tutores que mulheres gestantes evitem fazer a remoção das fezes do gato e se este procedimento for realizado, ele deve ser efetuado sempre com o uso de luvas. As práticas de não consumir carnes mal passadas ou cruas, lavar bem as frutas, verduras e lavar as mãos antes das refeições devem ser enfatizadas. Os animais não devem ser alimentados com carne crua , vísceras ou ossos e sim com rações ou outros alimentos cozidos, indicados para cada espécie. Outro ponto importante é aconselhar os tutores a manterem os gatos dentro de casa para impedir que pratiquem a caça e tenham contato com o lixo.

*Karina Gabarra, membro da Comissão de Animais de Companhia (COMAC), do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (SINDAN) e especialista em Produtos da UCBVET Saúde Animal.

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