Abate sem dor traz mais qualidade para carne

Aplicadas no mundo todo, as técnicas de insensibilização de aves e de suínos consistem na instantânea e completa inconsciência dos animais na hora do abate. O processo oferece vantagens tanto aos animais quanto ao frigorífico. De acordo com o zootecnista e supervisor de Bem-estar Animal da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA, na sigla em inglês), José Rodolfo Panim Ciocca, quando insenbilizado, o animal não sente dor durante o processo de abate. Sem dor, o animal fica menos estressado e/ou angustiado na hora de sua morte. Portanto, evitam-se ferimentos e a qualidade do produto final será superior.

“Estudos europeus indicam perdas de 7% a 13% devido a lesões e fraturas durante o abate. No entanto, com o uso das técnicas de insensibilização na hora do abate, registram-se perdas menores e a qualidade da carne do produto final será superior”, afirma o zootecnista.

Ciocca explica que existem diversos métodos de insensibilização de aves e suínos na hora do abate. O uso da pistola de dardo cativo, da atmosfera controlada (uso de gás) e da eletronarcose são os procedimentos mais conhecidos. Conheça-os:

Pistola de dardo cativo – A pistola de dardo cativo acionada por cartucho de explosão causa injúria cerebral, provocada pelo aumento da pressão interna e pelo efeito dilacerante do dardo. Após ser disparada no encéfalo do animal, o mesmo fica inconsciente para o abate. “No entanto, o animal não morre neste método. Ele apenas não sentirá dor na hora do abate”, explica Ciocca.

Atmosfera Controlada – Trata-se do processo de insensibilização no qual os animais são submetidos a altas concentrações de gás (argônio, dióxido de carbono ou nitrogênio) que produzem efeito anestesiante e os levam a morte. Para Ciocca, este método é o mais eficaz. “O animal sofre menos, influenciando diretamente na qualidade da carne”, diz. No entanto, o especialista explica que o método não é utilizado no Brasil, não apenas pelo alto custo, mas principalmente por causa das regras de abate Halal utilizadas nos frigoríficos avícolas. “Quando uma ave segue para a pendura [local onde são penduradas as aves para o abate], ela precisa estar viva, de acordo com os preceitos do islamismo. Com o uso do gás, estas aves irão mortas para o abate”.

Eletronarcose – Procedimento de insensibilização mais usado no Brasil, a eletronarcose utiliza-se da energia elétrica para deixar os animais inconscientes na hora do abate. O método pode ser aplicado de duas formas, segundo Ciocca. No primeiro, utiliza-se um acessório para prender a cabeça do animal, descarregando uma carga elétrica que o deixa insensibilizado. O segundo, preferido pelos frigoríficos, utiliza uma “cuba de imersão”. Os animais passam por uma “água eletrificada” fazendo com que a corrente elétrica atravesse o corpo, deixando-os atordoados.

Na avaliação do zootecnista do WSPA, todo método de abate deve buscar o equilíbrio entre o bem-estar do animal e a qualidade da carne. “Não adianta defendermos o bem-estar animal e buscarmos o apoio dos frigoríficos se não mostrarmos que todos têm a ganhar”, conclui Ciocca.

Fonte: Avicultura Industrial (acessado em 08/04/2011)

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