A carne bovina brasileira enfrenta uma série de restrições sanitárias e burocráticas em alguns dos principais mercados importadores. No primeiro caso, há dificuldades sanitárias nos Estados Unidos e União Europeia, enquanto com a Rússia e o Irã existem questões comerciais. Se os problemas persistirem, o Brasil deixará de exportar até US$ 2 bilhões em carne bovina, de acordo com o Ministério da Agricultura.
Embora o órgão calcule essa perdas, de janeiro a junho as exportações de carne bovina somaram US$ 2,3 bilhões, 23% a mais do que o vendido no mesmo período de 2009, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). “A expectativa é de uma receita superior a U$ 5 bilhões com a exportação de carne bovina em 2010. O Brasil deve voltar aos níveis de 2008, quando a exportação foi recorde, chegando a US$ 5,3 bilhões”, avalia o diretor-executivo da Abiec, Otávio Cançado.
Segundo a Associação, os resultados dos últimos meses mostram que há uma recuperação dos preços da carne bovina no mercado internacional. Em junho, o preço médio do produto in natura subiu para US$ 3.986 por tonelada, 24% a mais do que no mesmo período de 2009. Boa parte da recuperação nas exportações se deve ao aumento das vendas em novos mercados. “Estamos trabalhando com o ministério das Relações Exteriores, da Agricultura e da Indústria e Comércio para abrir novos mercados, como Japão e Índia”, diz o vice-presidente de assuntos corporativos da BRF Brasil Foods, Wilson Melo.
Na Eurásia, houve evolução em preços e volumes tanto para os produtos de aves como os de suínos devido ao banimento dos EUA pela Rússia. No período, o Japão continuou a apresentar melhorias nos preços e os volumes permaneceram estáveis.
Para a carne suína, as perspectivas não são muito favoráveis. A previsão é exportar menos de 600 mil toneladas, abaixo da média dos últimos cinco anos. De janeiro a julho, foram exportadas 313,4 mil toneladas, 8,5% a menos que no mesmo período de 2009.
Fonte: Suinocultura Industrial (acessado em 15/09/10)
