O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, estima aumento de, no mínimo, 8,97% no preço da carne suína e de aves em 2011. A previsão tem por base a nova regra tributária determinada pelo governo que isentou os frigoríficos do recolhimento do PIS e da Cofins.
Para Sussumu Honda, o consumidor que, em virtude do aumento de preço da carne bovina, passou a aumentar a participação das carnes de frango e suína em suas compras terá mais uma vez dificuldade em adquirir o produto. “Na nossa cesta dos 35 produtos mais consumidos nos supermercados, as carnes representam quase 15% do valor. Essa participação é muito alta e deverá pressionar os índices de inflação”, afirma.
“O que defendemos é a desoneração de toda a cadeia. Ao isentar apenas uma parte dela, o governo deixa o ônus somente para o varejista. Já vimos esse filme antes”, diz Honda, referindo-se à carne bovina, que foi submetida à mesma regra em dezembro de 2009.
Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o preço da arroba do boi teve uma alta acumulada de 33,5% no período de janeiro de 2010 a janeiro de 2011, enquanto o preço da carne praticado pelos supermercados apresentou um aumento acumulado de 26,8%, de acordo com pesquisa realizada pelo instituto alemão GFK. Em outubro de 2010, mês em que o preço da carne atingiu seu pico, a arroba do boi variou 20,2%, na comparação com o mês anterior. Nos supermercados, essa variação foi de apenas 3,5%.
“Já absorvemos o que era possível. Além do custo da produção repassado pelos frigoríficos, arcamos com a incidência de tributos de toda a cadeia, o que onerou a carne bovina em 6,12%. Apesar dos aumentos, repassamos o mínimo ao consumidor, que agora, com as regras estendidas também às carnes de aves e de suínos, ficará sem a alternativa”, explica Honda.
Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada