Cercas, plantações,
construções. Existe tanta coisa no meio do caminho das espécies terrestres
que migram que algumas simplesmente pararam de fazer isso.
Os pesquisadores do Museu Americano de História Natural observaram 24
espécies –animais grandes, com mais de 20 quilos, como alces, zebras e antilocapras. E concluíram que essas populações estão
migrando menos e diminuindo de tamanho. Algumas, como um tipo de Gnu (o Connochaetes gnou), deixaram de ser espécies
migratórias. Agora, ficam sempre no mesmo local.
Os animais viajam para encontrar comida e água. Podem andar centenas de
quilômetros atrás de ambientes favoráveis.
Limitada a regiões menores, a população, cujo direito de ir e vir foi cassado
por um imenso canavial atravancando a sua rota, encontra menos comida.
Resultado: a quantidade de animais vai diminuindo –em alguns casos, levando
a espécie para perto da extinção.
Em certas situações, animais migram porque a região onde estavam já não
oferece a mesma quantidade de alimentos de antes.
Isso pode acontecer porque a população dos animais cresceu e eles esgotaram a
comida da área. Ou então porque, naquele ano, as condições climáticas foram
desfavoráveis –choveu pouco, por exemplo–, as plantas renderam menos comida
e os bichos ficaram numa pior.
Sem obras humanas pelo caminho, eles andariam até outra região e teriam mais
chances de sobreviver.
Fonte: Folha de S. Paulo, 02/06/2009