Com a queda de cerca de 15% nos preços dos fertilizantes e o aumento no
valor de algumas commodities agrícolas importantes, os agricultores
brasileiros começaram o ano comprando mais adubos. As vendas desses insumos,
que vinham caindo desde setembro do ano passado e chegaram a 997 mil
toneladas em dezembro, alcançaram, em janeiro, cerca de 1,2
milhão de toneladas.
"Esperávamos vender 1 milhão de toneladas, que é a média histórica de
janeiro, mas a carteira de pedidos superou 1,2 milhão de toneladas",
afirmou Eduardo Daher, diretor executivo da
Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Ele disse que a queda nos
preços no mercado interno, de 15%, só não foi maior porque o dólar se
valorizou em relação ao real.
Enquanto os preços dos fertilizantes caíram devido à forte desvalorização do
barril do petróleo, os preços de algumas commodities agrícolas se
valorizaram, em grande parte, devido a desastres climáticos, como a seca na
Argentina e na Austrália, considerada uma das maiores das últimas décadas. Os
dois países são grandes produtores mundiais de grãos.
Cristiano Simon, presidente da Câmara Temática de Insumos Agropecuários, que
esteve hoje (16) no Ministério da Agricultura, disse que o resultado das
vendas em janeiro expressa claramente a reação do produtor frente à queda dos
preços dos fertilizantes e ao otimismo em relação à sua lavoura, mas sem
poder afirmar que essa atitude se manterá por todo o ano.
"A perspectiva é boa em relação à posição do
Brasil no mercado mundial [de alimentos] e ao abastecimento do mercado
interno. O setor de insumos está preparado para atender o agricultor. A gente
acredita que vá ser um ano de certa estabilidade", afirmou Simon.
Apesar da queda de cerca de 9% no volume consumido em 2008 (22 milhões de
toneladas de adubos) em relação a 2007 (24 milhões de
toneladas), ele assumiu que a queda foi menor do que a esperada por
conta da crise.
Fonte:
Site, Safras & Mercados, acesso em 17/02/2009