É o que revela uma pesquisa publicada na revista Science. Segundo o estudo, até 2050, podem ocorrer de 80% a 90% das extinções de espécies de mamíferos, aves e anfíbios em locais onde a vegetação já foi perdida por conta do desmatamento.
Um trio de pesquisadores da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos considerou as taxas de desmate na região de 1978 a 2008 e levou em conta a relação entre espécies e área – se o hábitat diminui, é de se esperar que o total de espécies que ali vivem diminua, ao menos localmente.
Para a pesquisa, os autores levaram em consideração os nove Estados em quadros de 50 quilômetros quadrados – e não toda a Amazônia – com o objetivo de estimar os impactos locais, porque uma espécie pode deixar de ocorrer em uma dada área, mas isso não significa que ela desapareceu por completo.
Na pior hipótese, a do “business as usual”, considera-se a continuidade do modelo da expansão da agricultura; na melhor, que o desmatamento zere até 2020. Os pesquisadores propõem, no entanto, que o cenário mais realista é o que considera a permanência da governança, ou seja, das ações governamentais que levaram à queda do desmatamento nos últimos anos.
Mas mesmo nessa situação é de se esperar que espécies sumam. Em 2050, os pesquisadores estimam que localmente (nos quadros de 50 km²) podem desaparecer de 6 a 12 espécies de mamíferos, aves e anfíbios em média; enquanto de 12 a 19 podem entrar na conta do que pode ser extinto nos anos seguintes.
Eles reforçam que isso ainda não aconteceu e ações que aumentem as unidades de conservação e promovam a restauração de áreas degradadas têm potencial de evitar os danos.
Fonte: Site Estadão (acessado em 13/07/12).