Aplicativo de celular pode ajudar a reduzir o atropelamento de animais nas estradas

Um estudo divulgado pelo Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas (CBEE) revelou que, em média, 450 milhões de animais silvestres são atropelados por ano no Brasil, sendo a maioria nas rodovias do interior de São Paulo. Apesar do número alarmente, apenas recentemente, a Ecologia das Estradas começou a ser pesquisada no país, sendo uma ciência nova até em termos mundiais. Um dos especialistas na área é o oceanólogo e professor Alex Bager, da Universidade Federal de Lavras (UFLA).

Alex iniciou seus estudos no Rio Grande do Sul, em 1995, notando o grande número de animais mortos nas rodovias e, em 2002, implantou o monitoramento de 150 quilômetros de estradas da região. Para melhorar a compreensão do problema e as projeções que o quantificam, foi necessário superar a carência de dados sobre o número de animais atropelados no Brasil.

Para facilitar essa coleta de dados e proteger animais e motoristas, os pesquisadores da UFLA desenvolveram o ‘Sistema Urubu’. Um aplicativo para celular que mostra os trechos onde a travessia dos animais é mais comum, sendo uma ferramenta para auxiliar o motorista a reduzir essas estatísticas de acidentes. Ele pode ser baixado de graça e promete prevenir os motoristas e proteger os animais. Com a ajuda do celular, os motoristas vão se transformar em fiscais das rodovias.

Além disso, por meio do aplicativo é possível enviar fotos e a localização de acidentes envolvendo animais silvestres. Todas as informações vão para um banco de dados que mostra os locais onde a travessia dos bichos é mais comum.

O médico veterinário e presidente da Comissão de Animais Selvagens do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Marcelo da Silva Gomes, analisa a importância desta coleta de informações e a utilidade do Sistema Urubu para biólogos e médicos veterinários que trabalham a campo, monitorando as estradas na região da Grande São Paulo.

“As amostras coletadas dos animais que são atropelados e identificados pelo Sistema Urubu nos ajuda a entender também como está o fluxo de patógenos livres em determinada área, podendo, assim, identificar as doenças que afetam a fauna de cada região monitorada”, diz Gomes.

O aplicativo foi lançado em abril deste ano e, atualmente, conta com a parceria da Fundação Grupo Boticário, Funbio, Tetra Pak, ICMBio, CNPq e Fapemig. Já são mais de 1700 usuários, tornando o Sistema Urubu a maior rede social de conservação da biodiversidade que o Brasil já teve. Para usar, basta baixar o aplicativo no Google Play e criar um login. Quando se deparar com algum animal silvestre atropelado, basta abrir o aplicativo, tirar uma foto e enviar.

Fonte: Centro Brasileiro de Ecologia das Estradas com informações do CRMV-SP.

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