O Brasil é o primeiro país do mundo em que empresas e produtores rurais poderão calcular suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e criar metas de redução de forma confiável. Ontem (29/05), o World Resources Institute (WRI) lançou em São Paulo o primeiro guia para cálculo de emissões na agropecuária e ferramenta do GHG Protocol Agropecuário. Desenvolvida nos dois últimos anos em parceria com Embrapa e Unicamp, a ferramenta já está sendo testada e utilizada por grandes empresas como Bunge, JBS e AMaggi.
“O Brasil, como grande país agroexportador, tem agora à sua disposição instrumentos para apoiar seus empresários a planejar ações para redução de emissões de gases de efeito estufa”, afirma Rachel Biderman, diretora do WRI Brasil.
O GHG Protocol do WRI já é a metodologia mais utilizada em diversos países para mensurar, monitorar e produzir relatórios de emissões de GEE na indústria. Mais de 120 empresas usam o GHG Protocol no Brasil para divulgar anualmente inventários de emissões do setor industrial.
Globalmente, 17% das emissões são provenientes do setor agropecuário. E o Brasil, com o segundo maior rebanho bovino do mundo e uma agricultura capaz de alimentar um bilhão de pessoas, experimentou um crescimento de 45% nas emissões do setor entre 1990 e 2012.
O pesquisador da Embrapa Eduardo Assad, ex-Secretário de Mudanças Climáticas, explica que “com a redução do desmatamento na Amazônia, as emissões de gases de efeito estufa da agricultura tomaram uma grande dimensão no Inventário Nacional”. A agropecuária já responde por 32% de todas as emissões no país – o quinto maior em emissões de GEE do planeta.
Fonte: Portal do CFMV.