Búfalos são sinônimo de prosperidade na região do Vale do Ribeira em SP

Quem não é da região pode se assustar com a aparência ameaçadora daqueles animais enormes, de pelagem negra, muitos envergando chifres retorcidos e pontiagudos, caminhando em manadas pelos pastos até na periferia da cidade. Para os pequenos produtores rurais de Barra do Turvo, no Vale do Ribeira, no entanto, os búfalos são amigos e se tornaram sinônimo de prosperidade. “O leite dessas meninas é o nosso ouro branco”, diz o criador Alexandre Mota Ferreira.

A região que, no período colonial, fornecia ouro para a coroa portuguesa, tem hoje péssimos indicadores de desenvolvimento social e está entre as mais pobres do Estado de São Paulo.

Graças ao rebanho bubalino do Vale, o maior do Estado, com 22 mil cabeças, essa realidade pode estar com os dias contados. No ano passado, apenas os 50 integrantes da Associação dos Pecuaristas e Produtores de Leite (Proleite), com sede em Barra do Turvo, movimentaram R$ 1,5 milhão com a produção e venda do leite de búfala in natura e na forma de mussarela, iogurte, manteiga e queijo frescal.

A produção chegou a 450 mil litros no ano, 500% a mais do que em 2005, ano em que o Sebrae-SP iniciou um programa de melhoria da pecuária leiteira na região. “Este ano, vamos crescer mais 15%, passando a barreira dos 500 mil litros”, afirma o médico veterinário Fernando Vanucci, da Casa da Agricultura do município.

A produção é insuficiente para atender a uma demanda cada vez maior dos laticínios, o que explica a valorização da matéria-prima. O litro de leite, que era vendido a R$ 0,60 havia quatro anos, estava sendo comercializado no portão do sítio a R$ 1,07 na semana passada.

Ferreira é um dos pioneiros na região. Sua família era dona de uma metalúrgica em São Paulo e há nove anos comprou a Fazenda Gavião, em Barra do Turvo, para criar gado bovino. O baixo preço do leite de vaca levou o criador a optar pelo de búfala, mais valorizado. Além disso, com cinco litros desse leite se faz um quilo de mussarela, enquanto que, da vaca, são necessários dez litros. O ex-metalúrgico mantém um plantel de quase cem cabeças, dos quais 42 são búfalas em lactação. Ele tira em média 140 litros por dia, o que dá uma receita bruta de mais de R$ 4 mil por mês.

O rebanho é tratado a pasto. O criador dividiu a área em piquetes para fazer rotação de pastagem. No inverno, com os pastos secos por falta de chuvas, ele complementa a alimentação das reprodutoras com cana moída, farelo e sal mineral.

Ferreira cuida do gado com a ajuda de um empregado. As instalações são simples, mas bem limpas e cuidadas. Para tirar o leite, ele instalou uma ordenhadeira. Nas criações de menor porte, a mão de obra é exclusivamente familiar. O presidente da Proleite, Luiz Carlos Cônego Portella, cuida sozinho do trato e da ordenha das 11 vacas. “Entre os nossos associados, não mais do que meia dúzia têm empregados. Geralmente trabalha o sitiante, a esposa e um filho”, diz.

Fonte: O Estado de São Paulo (acessado em 22/09/10)

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