Os cães Aron, Snipper (pastores-alemães), Chucky, Átila (golden retriever), Domec (retriver/labrador) e Bisteca (border collie) são responsáveis por uma novidade no dia a dia de idosos em casas de repouso e de alunos especiais em escolas do Grande ABC. Eles realizam trabalho de pet-terapia, tratamento em que a interação entre pessoas e animais beneficia a saúde dos pacientes, visando qualidade de vida.
Em São Caetano, a promotora Maria Izabel do Amaral Sampaio Castro entrou com pedido na Promotoria do Idoso para que os 15 asilos da cidade pudessem receber os cães da Guarda Civil Municipal para a pet-terapia. As visitas foram agendadas há dois meses e, até a semana passada, 11 instituições receberam a visita dos bichos.
“Eles (os guardas-civis e seus cachorros) estão fazendo um excelente trabalho e espero em breve aplicar esse projeto em outras instituições”, afirma a promotora. Na visita, os cães realizam apresentação de adestramento durante 30 minutos. Depois, ficam mais 30 à disposição para interagir com as pessoas. A Guarda Civil Municipal informa que os cães terapeutas são animais saudáveis, que, além de vacinados e treinados para a função, passam por avaliação física e psicológica. Os cachorros escolhidos são os mais dóceis, pacientes e disciplinados.
Na Casa de Repouso Raio de Sol, no bairro Santa Maria, a pet-terapia teve início neste ano e já é a atividade preferida dos 23 idosos que moram na instituição. Segundo o gerente Celso Romero, o objetivo é levar uma forma de entretenimento diferenciada. “Os cães passam tranquilidade para os idosos. Os pacientes ficam mais calmos e sociáveis depois da terapia”, pondera.
Rosa de Jesus Monteiro, 77 anos, e Lia da Costa, 83, partilham da mesma opinião e se dizem contentes com a nova atividade. “É um carinho muito gostoso que eu sinto quando os cães estão aqui”, comenta Rosa. “Sem dúvida alguma é melhor que ficar vendo televisão. Seria melhor ainda se essa atividade pudesse ser toda semana”, aponta Lia.
Já em São Bernardo, na unidade do Riacho Grande da Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais (Avape), o trabalho de pet-terapia já está no segundo ano. Atualmente, 60 alunos participam das atividades com os cães.
Para Simone Senna, gerente da Avape e terapeuta ocupacional, a atividade com os cães aumenta a autoestima dos pacientes. “É um programa de desenvolvimento social e pessoal. A terapia é fundamental para auxiliar nos tratamentos dos nossos alunos”, afirma.
Portador de deficiência intelectual leve, Cristiano Gomes Costa, 22, não perde uma aula com os animais. “Antes eu não gostava muito dos cães, mas depois que fui participando das atividades acabei gostando e agora toda sexta-feira participo da terapia”.
Medicina do ABC estuda implementar tratamento
Em Santo André, um projeto visa implantar a pet-terapia em duas unidades de Saúde. O setor de Oncologia Pediátrica da Faculdade de Medicina do ABC estuda ainda expandir o tratamento para a Clínica Pediátrica do Hospital Estadual Mário Covas. A informação é do médico Jairo Cartum, coordenador do Ambulatório de Oncologia Pediátrica da Faculdade de Medicina do ABC. “É preciso explicar para as mães que os cães são treinados e especializados para ajudar nos tratamentos”, afirma ele.
Fonte: Diário do Grande ABC (acessado em 05/04/10)