Carne bovina deve ficar mais elitilizada

O presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Ricardo Merola, adiantou uma expectativa que pode se revelar uma grande novidade no cenário futuro da pecuária de corte e também no consumo de carne bovina no Brasil. Ele acredita que, no longo prazo, o produto vai passar a ser consumido por um nicho social sofisticado e de maior poder aquisitivo. “Ficará mais elitizado”, afirma.

Na opinião de Merola, os custos de produção para a engorda do boi deverão subir e tornar mais oneroso o quilo de carne para a dona de casa. De outro lado, a proteína de frango, a qual Merola chama de alternativa, está mais barata e a tendência é que o brasileiro a leve cada vez mais à mesa, visto que a renda das famílias melhorou. E o consumo per capita de frango no Brasil aumentou 300% nos últimos 20 anos, de acordo com a consultoria AgraFNP.

No caso do gado confinado, o primeiro censo feito pela Assocon no Estado de São Paulo, divulgado durante a Feira Internacional Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte), registra queda de 5% no número de animais confinados em 2009 (342.297 cabeças), na comparação com o ano de 2008.

Segundo Merola, o custo do boi magro, em alta constante, entre outros fatores, tem impedido o crescimento desse sistema de engorda. “O produtor ficou sem margem”, diz. As previsões não são otimistas, visto que o presidente da Assocon aposta numa queda mais drástica em 2010. Ele não quis adiantar números, mas os comentários na feira variavam de 5% a 20% no volume.

Frigoríficos incrementam o confinamento

Outra mudança que está ocorrendo nos confinamentos é a maior participação dos frigoríficos nesse sistema de engorda intensiva. Estatísticas da Assocon mostram que, dos 2,3 milhões de animais confinados no país em 2009, 2,1 milhões saíram das fazendas dos produtores, enquanto 200 mil cabeças foram engordadas em áreas dos frigoríficos.

De acordo com Juan Lebron, diretor-executivo da Assocon, a previsão é de que 2,2 milhões de bois sejam fechados agora em 2010, e pelo menos 400 mil deverão ser confinados pelos frigoríficos.

Se esse quadro se confirmar, Lebron acredita que os levantamentos futuros do número de gado confinado deverão ser feitos separadamente nas fazendas e nas plantas frigoríficas, como forma de evitar que a realidade seja mascarada. “No futuro, a metodologia pode mudar, visto que o aumento no número de cabeças confinadas se dá nos frigoríficos, enquanto o volume tem caído do lado dos produtores”, afirma.

Fonte: Revista Globo Rural (acessado em 23/06/10)

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