O CCZ de Catanduva (SP) está alertando a população do município sobre as medidas a serem tomadas diante do aparecimento de caramujos. Mais uma vez, a infestação em bairros diversos preocupa o setor.
Segundo o veterinário e chefe da seção de Controle de Zoonoses, Lincoln Horita, existem métodos de exterminar os caramujos, porém não são recomendados larvicidas ou sal de cozinha. “Utilizando luvas, o morador deve coletá-los manualmente e colocá-los em um recipiente, como balde ou saco”, ressalta.
Na sequência, as conchas dos moluscos coletados devem ser quebradas com martelo ou instrumento similar e, em seguida, enterradas. “Sempre que possível, deve-se colocar uma pá de cal virgem para evitar a contaminação do lençol freático, principalmente quando é coletada uma grande quantidade de caramujos”, explica.
De acordo com Horita, os melhores horários para o procedimento são o início da manhã ou o final da tarde. Como os demais moluscos terrestres, o caramujo africano evita a exposição ao sol forte, que o desidrata.
“Também é importante coletar os ovos do caramujo, que são encontrados semi-enterrados no solo. Os ovos são facilmente reconhecidos, pois têm aproximadamente cinco milímetros de diâmetro, forma arredondada, casca calcária amarelada e geralmente são encontrados em grande número”, diz o veterinário.
Ainda de acordo com o setor, o mesmo procedimento deve ser seguido com os ovos. “Caso não seja possível enterrá-los, depois de destruídos, todos devem ser colocados em sacos hermeticamente fechados, separados do lixo doméstico, e, em seguida, entregues ao sistema de coleta do município. A operação deve ser repetida sempre que novos caramujos forem localizados”, explica Horita.
Orientações
Segundo o veterinário, um único caramujo pode colocar até 400 ovos por desova, o que acarreta uma rápida reinfestação no ambiente. “Recomenda-se que as medidas de controle sejam realizadas em toda a área da infestação, o que requer coletas periódicas e participação da comunidade”, ressalta Horita. O veterinário dá ainda algumas dicas:
*Não use sal para controlar os caramujos. A salinização do solo poderá destruir gramados e outras plantas por muito tempo;
*Não utilize moluscicidas ou venenos, pois são muito tóxicos. Outros animais e mesmo pessoas podem ser contaminados e até morrer;
*A incineração dos caramujos também pode ser feita desde que sejam tomados cuidados para se evitar acidentes durante o procedimento ou mesmo evitar que o fogo se espalhe. Mesmo quando incineradas, as conchas devem ser quebradas, para que não se tornem criadouros de larvas de insetos, como os da dengue;
*Não coma caramujos encontrados livres no ambiente, crus ou que tenham sido mal cozidos;
*O caramujo africano não é um animal perigoso. Ele não morde, não pica e não tem veneno. Como qualquer outro animal que vive livre em ambiente aberto, ele pode transmitir doenças para o homem, razão pela qual se recomenda o uso de luvas de borracha ao manuseá-lo. Em caso de contato com o caramujo ou com o muco direto com a pele, basta lavar bem a área com água e sabão;
*Embora não haja relatos de casos de transmissão de zoonoses (angiostrongilose abdominal e meningoencefalite eosinofílica) pelo caramujo africano no Brasil, verduras, frutas e legumes consumidos crus devem ser bem lavados em água corrente e deixados de molho por 30 minutos em solução de hipoclorito de sódio a 1% (uma colher de sopa de água sanitária diluída em uma litro de água filtrada). Com esse procedimento é possível evitar, além de outros parasitas, a infecção por larvas eliminadas no muco deixado pelos moluscos, que podem contaminar os alimentos e causar as zoonoses citadas.
Catanduva
O CCZ recebeu dezenas de denúncias de caramujos nos últimos dias. As denúncias foram feitas por moradores de diversos bairros. “Após denúncia, conforme a disponibilidade, uma equipe vai ao local e analisa a situação”, destaca.
As moradias de vizinhos também são visitadas para constatar a presença do animal. No caso de terrenos baldios, se necessário, o setor identifica o proprietário para transmitir informações. “Muitas vezes, quando o dono não é encontrado, a Secretária de Meio Ambiente e Agricultura realiza a limpeza do terreno e cobra a taxa necessária pelo serviço ou até multa o proprietário do imóvel, caso ele não tome providências”, afirma o veterinário.
Fonte: Rede Bom Dia (acessado em 05/01/11)