Células-tronco são a única chance de um cachorro

Joca é um cão de seis anos que foi encontrado abandonado na avenida Washington Luís, zona sul de Sorocaba, há três anos. Hoje, luta contra uma anemia que se não for curada logo pode matá-lo.

O animal já passou por diversos tratamentos, inclusive em São Paulo, e há um ano está recebendo a atenção do Hospital Veterinário Sorocaba. Na segunda-feira (16), ele recebeu a segunda sessão da terapia com células-tronco no osso direito da perna esquerda.

No mês passado, o veterinário Mário Henrique Calejo, responsável pela saúde do cão, aplicou a injeção na perna direita. No começo de fevereiro, será feita a última sessão. “Esse tratamento é feito em último caso, quando já não há outra alternativa de intervenção”, diz o veterinário.

Mário explica que as células são injetadas para que a produção de hemáceas volte ao nível normal. Segundo ele, no Brasil esse procedimento ainda está em estudo e não há muitas informações sobre esses casos. “Pode ser que depois da terceira sessão precisemos fazer outra ainda”, comenta.

O quadro de saúde de Joca nunca foi bom. “Minha filha Laís que o trouxe para a casa e ele estava com o corpo todo cheio de carrapatos”, lembra a dona de casa e ex-professora Sandra Abujamra, 51 anos.

Desde que foi encontrado, portando uma doença causada pelos carrapatos, o animal já passou por 20 transfusões de sangue e foi levado três vezes a São Paulo.

Além de Joca, Sandra ainda cuida de quatro cachorros, todos encontrados na rua. “O último que peguei foi um poodle, de oito anos”, diz.

Aliás, esse poodle lhe causou oito pontos no braço esquerdo. “Joca invocou com o poodle e eu fui separar a briga. Como cocker é muito genioso, acabou me mordendo”, conta.

Mas o carinho que ela sente pelos animais é nitidamente maior que uma briga passageira entre seus “filhos”. Toda semana, os cinco cachorros são levados à clínica veterinária para tomar banho. Sandra já perdeu as contas com as despesas que tem com eles.

Sucesso da terapia ainda é incógnita

Conforme a empresa que forneceu as células-tronco (gorduras retiradas de outros cachorros), as chances de Joca sobreviver à terapia são de 80 a 90%.

A mucosa branca na gengiva foi a principal característica de anemia autoimune apresentada pelo cão, que passou por diversos exames para um diagnóstico preciso.
“O exame de Coombs, feito para detectar se há anticorpos contra as hemáceas não é preciso. Deu 50% de negativo e 50% para positivo”, explica o veterinário Mário Calejo.

Como as outras alternativas já tinham sido testadas no cocker, Mário optou pela terapia com células-tronco. “Cerca de oito milhões de células, por sessão, são colocadas por meio de uma injeção na medula do animal, responsável pela produção das células vermelhas”, diz ele.

Esse procedimento leva em torno de uma hora e conta com a presença da médica veterinária da empresa que fornece as células, Michele Barros. Segundo ela, o procedimento já foi feito nas cidades de Piracicaba e de Campinas.

Joca é um cachorro forte e, apesar da anemia, da insuficiência renal e também da catarata que tem no olho esquerdo, resiste de maneira firme, graças aos cuidados recebidos da dona e dos veterinários.

Fonte: Rede Bom Dia (acessado em 18/01/2012)

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