China “legaliza” frango do Brasil

Depois de quatro anos
de espera, o setor confirmou na sexta-feira o primeiro contrato de exportação
direta para a China continental. Empresas foram habilitadas em 2006, mas
acordo só foi concluído há poucos dias
Agora é oficial. Depois de quatro anos de negociações, o Brasil pode,
finalmente, vender carne de frango com embarques diretos para a China. As
conversas entre os dois países para a abertura de mercado começaram em 2005,
e as primeiras empresas foram habilitadas no ano seguinte, mas o acordo só
foi concluído no final do mês passado. O primeiro contrato
para o embarque de asas e pés congelados foi assinado na sexta-feira pelo
frigorífico Doux (Frango Sul), do Rio Grande do
Sul. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango
(Abef), vários outras
licenças de importação protocoladas devem ser confirmadas nos próximos dias.
O acordo sela um casamento que tem tudo para dar certo. A China é o segundo
maior consumidor de carne de frango do mundo. O Brasil, o maior exportador.
Atualmente, os chineses importam o produto brasileiro, mas não é uma
negociação direta, ocorre via Hong Kong. Mas a
triangulação limita a comercialização porque encarece os custos logísticos e
diminui a competitividade do produto brasileiro. O frete mais caro aumenta o
preço na ponta final, para o importador chinês que compra via Hong Kong, e encolhe a margem do exportador brasileiro,
explica Pedro Henrique Oliveira, diretor da Unifrango
Agroindustrial.
“A venda direta vai reduzir custos, pois simplifica a operação e melhora o
intercâmbio comercial”, observa Irineo da Costa
Rodrigues, presidente da Lar. A cooperativa com sede
em Medianeira, no Oeste do Paraná, tem uma das plantas habilitadas a exportar
para a China. Entre as 24 empresas, seis são do Paraná, que só perde para
Santa Catarina, com oito. Na lista dos estabelecimentos auditados pelos
chineses, há ainda cinco exportadores do Rio Grande do Sul, dois de Mato
Grosso do Sul, e um de Minas Gerais, Goiás e São Paulo. A Abef
espera fechar o ano com produção 5% maior, num total de 11,4 milhões de
toneladas de carne de frango em 2009. Isso depois de reduzir o alojamento de
aves em 15% no primeiro trimestre de 2009. O presidente da associação,
Francisco Turra, evita projeções em termos de volume de carne de frango a ser
exportado diretamente para a China, mas confirma que o crescimento da
produção será, em boa medida, incentivado pelo aumento das exportações no
segundo semestre devido à abertura de novos mercados.
Após China, Índia e Argélia, mercados abertos recentemente, a avicultura
brasileira agora mira Indonésia, Malásia e México, afirma Turra. “São países
populosos, com grande perspectiva de aumento de consumo”, considera o
dirigente. “Se cada chinês fosse comprar um quilo de carne de frango do
Brasil hoje, seriam necessários 1,4 bilhão de
quilos. Isso é equivalente a dois meses de produção”, calcula Domingos
Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do
Estado do Paraná (Sindiavipar).
Martins avalia como positiva a abertura oficial do mercado chinês ao frango
brasileiro e afirma que já há solicitação para a liberação de novas empresas,
inclusive no Paraná, mas alerta que para aproveitar melhor as oportunidades é
preciso ter cautela. “O crescimento da produção deve acontecer de forma
ordenada, acompanhando o aumento da demanda, e não ao contrário”, recomenda.

Fonte: Agrolink,
02/06/2009

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