Quem assistiu ao filme “Procurando Nemo” já conhece o mito da síndrome da perda de memória recente, problema da divertida peixinha Dory. Kevin Warburton, do Instituto para a Terra, Água e Sociedade, da Austrália, no entanto, afirmou que é uma “besteira absoluta” dizer que um peixe tem pouco poder de reter informações. Segundo o Telegraph o pesquisador chegou a essas conclusões, após estudar o comportamento de peixes de água doce australianos, como o silver perch (perca prateada), que não se esquece do predador por vários meses, mesmo após um único encontro.
Warburton justifica seu estudo usando a carpa como exemplo. Segundo o pesquisador, carpas que foram capturadas por pescadores evitam os anzóis por pelo menos um ano. “Por isso é uma bobagem essa história de que peixes retêm informações por apenas três segundos”, afirma.
De acordo com as observações do estudioso, os peixes podem ainda aprender a melhorar a maneira de capturar alimentos, modificar o comportamento e também fraudar ou enganar. Ele exemplifica. Peixes que comem parasitas de seus “clientes” demonstram mais rendimento e dedicação ao trabalho, quando percebem que um peixe maior, ou mais carregado de parasitas, se aproxima. Isso aumenta a probabilidade do peixe “limpador” atrair mais clientela que quer se livrar dos parasitas. “Para mostrar mais eficiência, alguns acabam até mordendo o cliente menor, na tentativa de mostrar serviço ao peixe maior”, conclui Warburton.
Fonte: PetMag (acessado em 18/01/10)