A tecnologia para
rastrear o gado bovino que os pecuaristas brasileiros começam a ter acesso já
é usada há cerca de cinco anos por produtores europeus. O chip que armazena
as informações de cada animal – e fica no estômago do boi – teve seu uso
intensificado a partir de 2004, com a preocupação gerada pela doença da
"vaca louca" na Europa, explica Luis Henrique Amadeu, gerente de
operações de cerâmica avançada do grupo francês Saint-Gobain, que acaba de
lançar essa tecnologia de rastreamento no país.
Usando um chip para rastreamento, desenvolvido pela Texas Instruments,
a francesa criou e patenteou um "tag"
(etiqueta em português) de cerâmica, que pode ser engolido pelo boi. Segundo
Amadeu, o chip ou transporder com o número de
identidade do animal é envolvido por uma cápsula de cerâmica biocompatível. O material permite que seja introduzido no
rúmen (parte do estômago) do animal. "O boi engole e a cápsula se aloja
na segunda câmara ruminal e não é expelido até o
abate", explica Amadeu.
Ele acrescenta que a identificação de cada bovino é feita por
radiofreqüência. Assim, o pecuarista que adquire a tecnologia tem também de
comprar uma leitora para registrar os dados do chip e uma antena – que lê as
informações na frequência do chip – e uma leitora
para registrar os dados do "tag".
Segundo Amadeu, a tecnologia facilita o manejo de rebanhos bovinos numerosos
e a identificação eletrônica permite associar ao animal seus históricos de
sanidade, de movimentação, manejos. Além disso, o sistema de identificação
pode ser integrado ao Sisbov (sistema de rastreabilidade oficial). Hoje, a maior parte dos animais
registrados no sistema são identificados por meio de
brincos.
Além da Safe Trace, a tecnologia também está sendo testada por pecuaristas do
Mato Grosso do Sul. De acordo com Amadeu, cada chip custa R$ 10, e a leitora
e antena saem por R$ 6.8 mil.
Fonte: Portal Agrolink,
acesso em 17/07/2009