Os avanços na implantação de métodos que resultem em bem-estar animal
nas cadeias de aves, suínos, bovinos e outros animais de produção foram
discutidos, nos dias 19, 20 e 21 de janeiro, durante a Conferência Global de
Bem-Estar Animal, na cidade de Bruxelas. Estiveram na pauta temas como abate,
instalações, transporte, comercialização de animais e aspectos relacionados
às questões alimentares.
Entre as regras que determinam o transporte para o abate
está identificar o tipo de gaiola que será utilizada para não causar danos
aos animais, treinar e cadastrar os motoristas, por meio de órgãos do governo
e monitorar os veículos durante todo o trajeto por meio de GPS. Além disso, o
embarque e desembarque dos animais deverão ser feitos por profissionais
capacitados e em estruturas físicas adequadas.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Agropecuário
e Cooperativismo, Márcio Portocarrero, é necessário
o Brasil estabelecer os parâmetros adequados às condições de distâncias e de clima,
uma vez que os padrões europeus foram criados para condições de climas
adversos e pequenas distâncias. Em 2008, o Brasil exportou mais de 400 mil bovinos
vivos para o Líbano e Venezuela e constatamos que as estruturas utilizadas
para reter os animais antes do embarque estavam de acordo com os critérios de
bem-estar animal. A adequação dos navios passa a ser um desafio mundial, uma
vez que existe transporte de animais vivos entre todos os continentes,
ressaltou.
Portocarrero disse, ainda, que a
questão de bem-estar animal ainda não está inserida na pauta da Organização
Mundial do Comércio (OMC) e que, enquanto o tema não constar, a OMC não pode
tratá-lo em litígios no âmbito do comércio internacional. A posição do Brasil
é que as preocupações com bem-estar animal não podem servir a fins
protecionistas e estamos dispostos a implementar
normas e procedimentos em conjunto com o setor privado, explicou.
O evento reuniu 55 países,
com mais de 400 pessoas, entre representantes de governos, setor privado,
universidades, instituições de pesquisa e organizações não-governamentais
ligadas ao tema. As informações são do Mapa.
Fonte: Site Safras &
Mercado, acesso em 26/01/2009