Consumidor precisa saber a origem da carne que compra, pedem ONGs

Organizações querem que governo crie sistema para
rastrear gado.

Pecuária é acusada de favorecer desmatamento Amazônia.

Quando vai comprar uma
peça de picanha ou um hambúrguer no supermercado, o consumidor precisa saber
de onde veio aquela carne. Essa é a exigência feita por três ONGs ao governo
federal, em carta pública enviada na última quarta-feira (24). As
organizações pedem que seja criado um sistema de rastreamento da carne e que
na etiqueta dos produtos seja indicada a fazenda de origem do gado.
O objetivo das ONGs é dar ao consumidor a possibilidade de boicotar
propriedades que não respeitem regras ambientais ou trabalhistas. Estudos
recentes apontam que a pecuária ocupa a maior parte das áreas desmatadas
recentemente na Amazônia, além de ser um dos setores que mais concentra casos
de trabalho escravo.
A carta é assinada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, Vitae
Civilis – Instituto para o Desenvolvimento, Meio Ambiente e Paz, e Repórter
Brasil.

Boicote insuficiente
Desde o início de
junho, pelo menos 35 empresas, incluindo grandes redes de supermercados,
declararam que vão parar de adquirir derivados de carne.
que venham de fazendas embargadas pelo IBAMA no Pará. Parte dos varejistas já
havia boicotado fazendas flagradas utilizando trabalho análogo à escravidão.
Para as ONGs, a ação das empresas é louvável, mas insuficiente. “Nossa
proposta envolve um ator poderosíssimo, que quer atuar contra o desmatamento,
que é o consumidor. Uma ferramenta assim irá fazer com que ele tenha
instrumento para agir, já que o ato de compra é um ato político. Quando você
compra um produto, você está dizendo que concorda com a maneira como ele foi
feito”, defende Leonardo Sakamoto, coordenador  da Repórter Brasil.
Na carta, as organizações enfatizam que o rastreamento é uma obrigação do
Estado. “O governo federal já dispõe de ferramentas que, quando integradas,
seriam capazes de garantir ao consumidor a informação sobre a origem do seu
produto, como as informações presentes nas Guias de Trânsito Animal, nos
bancos de dados da Receita Federal do Brasil e mesmo em plataformas como o
Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos –
Sisbov.”

Escravidão moderna
Segundo o último cadastro de empregadores que utilizaram mão-de-obra escrava
divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 43% dos flagrantes do
crime ocorreram em fazendas de gado, a maioria na Amazônia. O cadastro,
publicado semestralmente pelo governo desde 2003, é conhecido como “Lista
Suja do Trabalho Escravo” e reúne 196 nomes de fazendeiros e de empresas.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a maior parte dos
trabalhadores encontrados nessa situação em fazendas de gado faz limpeza e
manutenção de pastos, além de instalar cercas.

Fonte: G1, acesso em 29/06/2009

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