A quantidade de pecuaristas que optam por confinar o gado tem aumentado na região Norte do país, mas ainda é uma pequena parcela. A preferência pelo pasto vem das condições favoráveis para o desenvolvimento da vegetação, além de plantas mais resistentes e problemas de logística para repor o rebanho.
O pecuarista Anacleto Bravos, da fazenda Olinda Bravos, localizada no município Água Azul do Norte (PA), faz cria, recria e engorda com o pasto cuidadosamente cultivado em sua propriedade. “Não estou preparado para fazer confinamento e também não preciso. O pasto está bom, reformamos quando precisa e ele dura mais de dez anos”, declarou o pecuarista.
A explicação está em plantas mais resistentes, como a braquiária, e também nas chuvas constantes e abundantes, que resultam em apenas 70 dias de seca. Na fazenda Santa Clara, o discurso de Acioli José Teixeira, proprietário e administrador da propriedade, é o mesmo. Vindo de Goiás, Acioli chegou ao Pará há 30 anos e explica o por que de ter se fixado no Estado. “Quantidade, qualidade, fertilidade, clima, topografia e chuvas fizeram eu me apaixonar por esse lugar. É o melhor lugar de pasto do Brasil”, diz. Das 8 mil cabeças, ele destina uma parte para fazer semi-confinamento, apenas com touros voltados para reprodução.
Outro motivo contabilizado na hora de confinar é a dificuldade de repor o rebanho. As estradas ruins encarecem o frete, e como o confinamento acelera a engorda do gado, ele logo é abatido e dá espaço a outro boi. Porém, esse não é um problema para a fazenda Morro Verde, gerida pelo João Nascimento. Esta foi a única propriedade que tem apostado em confinamento na região.
Em 2013, foram confinadas 5 mil cabeças para acelerar o abate dos bois. “O objetivo é confinar ainda mais, pois isso melhora o desenvolvimento comercial da fazenda, dá mais dinheiro. Muitos não conhecem os custos e benefícios de suas fazendas e por isso não confinam o gado”, argumentou o gerente da fazenda Morro Verde.
Fonte: Globo Rural