A fazenda de Roberto Martins Franco, em Sales Oliveira, interior de São Paulo, tem 426 hectares. Entre criações de gado guzerá e piscicultura, a principal atividade é a cana de açúcar. Mas, em meio à paisagem verde, é possível enxergar um animal exótico e que tem conquistado espaço no Brasil: o búfalo.
De origem indiana, as pouco mais de 200 cabeças da raça jafarabadi estão totalmente adaptadas ao clima tropical e principalmente ao calor característico da região. As búfalas são a maioria e convivem no mesmo ambiente das vacas. De temperamento tranquilo e mansas, elas vivem soberanas na propriedade rica em paisagens naturais.
Para o criador Franco, o búfalo é igual ao gado bovino, só que a fêmea dá à luz mais cedo. Entre 26 e 32 meses, ela já tem a primeira cria e depois não para mais. “Ela pare uma vez por ano e cria bem o bezerro. Essa é uma vantagem, já que nós tiramos o leite, mas criamos o bezerro. Outra vantagem é que a búfala pare sempre no começo do ano, época em que, muitas vezes, já estamos precisando de mais leite”, conta ele.
O tratador Giovane Carlos Reis é o responsável pela criação. Segundo ele, o negócio é bastante lucrativo porque o trato com os animais é mais simples que o com o gado. “Os búfalos são mais dóceis e mansos, mas é preciso um cuidado a mais, já que as fêmeas têm crias de duas a três vezes por ano e não deixam todos mamarem”.
Na fazenda, são produzidos em média 300 litros de leite por dia, mas o investimento principal é na produção de queijo, feita em uma pequena indústria na própria fazenda. Em época de safra são fabricados 25 kg por dia.
Para fazer um quilo de mussarela de búfala, é preciso de seis a sete litros de leite, enquanto para produzir a mesma quantidade do queijo normal são necessários dez litros de leite de vaca. É um rendimento grande, já que o preço final é duas vezes maior.
O mercado de búfalos está em expansão no Brasil. Segundo a associação brasileira dos criadores, a procura por produtos derivados do leite de búfala cresce mais de 20% ao ano no país. Franco está a cada dia mais otimista, já que dentro de alguns anos o espaço da produção de carne de búfalo deve ultrapassar a de laticínios.
“A carne ainda precisa de um reconhecimento maior. Por enquanto, os compradores não pagam o que ela merece. Ela tem propriedades melhores que as da carne bovina e vale menos, mas vamos chegar lá. Tudo o que se fabrica tem mercado”, diz Franco.
Fonte: EPTV (acessado em 29/11/10)