Lideranças que representam criadores de cavalos reivindicam maior atenção por parte do governo federal para o reconhecimento da atividade como parte do agronegócio. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), Antônio Sérgio Barbosa, o fato de o animal ser considerado de estimação reflete diretamente nos custos dos criatórios.
“No Manual de Crédito Rural, o equino não é caracterizado como pecuária bovina, mas sim como pet. Então, os juros são diferentes e não temos os benefícios do crédito rural. Ainda não conseguimos colocar o cavalo como uma ferramenta de trabalho” diz.
Um estudo feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em 2009 mostra que a criação de cavalos movimentava mais de R$ 7 bilhões, gerando cerca de quatro milhões de empregos, entre diretos e indiretos. O estudo está sendo refeito e vem apontando um crescimento anual de 20%. São mais de seis milhões de cavalos e 80% têm como destino o uso nas atividades de pecuária de corte.
Barbosa explica que, para alimentar os cavalos, os criadores pagam 40% mais impostos do que para o rebanho bovino. “A ração para cavalo é penalizada como ração de cachorro e isso não tem lógica”, salienta.
Ele revela ter conseguido um contrato para custeio da atividade por meio do Banco do Brasil, utilizando a característica de pecuária bovina. Entretanto, não foi possível repetir. “O contrato foi firmado em 2009 e depois não consegui renovar. O que nos interessa é o custeio pecuário equino, para que a atividade seja subsidiada e auxiliada pelo governo. Ela presta serviços relevantes para a pecuária nacional”, ressalta.
A expectativa da entidade para 2012 é de uma mudança nesse cenário. “A primeira frente é caracterizar o cavalo como atividade produtora e jogar no Manual de Crédito Rural, para ter benefícios. Principalmente custeio e a parte tributária, que é descaracterizar o animal como sendo de estimação”, avalia.
Fonte: Canal Rural (acessado em 13/01/2012)