Cuidados para não levar ‘gato por lebre’ nas compras da ceia de Natal

Veja quais problemas podem ser evitados e o que fazer para não sair lesado

Na hora de se preparar para comprar os alimentos para a ceia de Natal, é preciso estar atento a alguns cuidados com a qualidade dos produtos, procedência e prazo de validade. No entanto, nem sempre é fácil para o consumidor identificar fraudes na hora de comprar produtos alimentícios – sejam os típicos de ceia ou não. Por isso, algumas dicas podem ser essenciais para que o comprador não seja enganado. De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Maurício Porto, optar por produtos vistoriados, que tragam o Selo de Inspeção Federal (SIF), no caso de produtos de origem animal, ou que tenham número de registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para produtos de origem vegetal, é a primeira indicação para evitar tais problemas.

Porto ressalta, no entanto, que também é importante ler atentamente as embalagens e os rótulos, evitar comprar produtos de mercados clandestinos e verificar as condições de armazenamento, condicionamento e refrigeração, já que qualquer indício de que o alimento possa ter sido descongelado é mau sinal e pode, inclusive, causar problemas de saúde para o consumido.

Como explica Porto, fraudes são caracterizadas quando há substituição ou alteração na quantidade de uma substância normalmente utilizada na fabricação de determinado produto. Podem ocorrer, por exemplo, com a adição de itens que alterem a longevidade ou burlem a qualidade. Isso ocorre quando há adição de água e conservantes para aumentar o peso de alimentos congelados, como o chester, por exemplo.

Mas há outros tipos de fraudes que também mascaram a perda de qualidade de um produto, como explica o auditor fiscal federal agropecuário Alexander Dornelles, especialista em inspeção animal. Segundo ele, em alguns embutidos, pode haver a substituição de proteína por ingredientes como o amido, que tem menor valor comercial:

“Isso, no entanto, é praticamente impossível identificar sem análise laboratorial, o que reforça a importância da boa procedência.”

Dornelles complementa com outro exemplo de fraude, que pode ocorrer com pescados: quando há a substituição de espécie de grande valor comercial, como o bacalhau, por uma menos nobre.

Além dos pescados, nessa época do ano é comum aumentar a procura por produtos como azeites, queijos finos e castanhas. Quando esses itens são inspecionados, as chances de fraudes são muito menores, como explica Glauco Bertoldo, chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no Paraná.

Bertoldo destaca que, hoje, os laboratórios estão se modernizando, e as fiscalizações ocorrem constantemente com análises mais detalhadas e sofisticadas, mas alerta que toda a população precisa ficar atenta.Segundo ele, o órgão costuma receber denúncias de consumidores que percebem problemas pelo paladar ou por diferenças grandes em preços.

Os consumidores que tirevem dúvidas ou queiram apresentar denúncias sobre a qualidade dos produtos de origem animal ou vegetal a procurarem as unidades do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ou registrarem o caso diretamente com a Ouvidoria, pelo site http://www.agricultura.gov.br/ouvidoria/ouvidoria ou pelo telefone gratuito 0800 704 1995.

Fiscalização

Os auditores fiscais federais agropecuários (Affas) realizam, rotineiramente, as fiscalizações com o objetivo de verificar o cumprimento das regras higiênico-sanitárias e de tecnologia de produção, com o objetivo de coibir fraudes econômicas e riscos à saúde dos consumidores, além de manter os padrões de identidade e qualidade dos produtos que possibilitam uma escolha justa e correta por parte dos consumidores nas gôndolas dos supermercados. Periodicamente, são verificados processos produtivos in loco e coletadas amostras de produtos e matérias-primas que possibilitam uma verificação minuciosa nos laboratórios da rede Lanagro (Laboratórios Nacionais Agropecuários) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Quando é detectada a ocorrência de qualquer tipo de fraude, medidas punitivas são adotadas, como, por exemplo, apreensão e inutilização de produtos, aplicação de multas e, em casos mais sérios, suspensões ou interdições de estabelecimentos com histórico de irregularidades.

Texto: O Globo.

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