Custos de produção e queda no preço provocam redução na captação de leite em 2011

O volume de captação de leite no Brasil registrou queda de 2,2% no ano passado, em relação a 2010. Conforme estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), mais de 500 milhões de litros do produto deixaram de sair das propriedades para o mercado. Um dos principais motivos, de acordo com a entidade, é o custo de produção, além de infraestrutura precária de alguns pecuaristas. Ainda segundo a pesquisa, as regiões em que a tecnologia é mais escassa foram que as apontaram maior queda de produção e algumas perderam área para culturas como a cana de açúcar.

Em relação aos principais Estados produtores, os laticínios de Goiás registraram queda de 14% na captação de leite no ano passado em relação a 2010. Em São Paulo, o recuo foi de 4,3%. O levantamento foi feito em sete Estados, que representam 70% da produção nacional. Além de Goiás e São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná produziram 21 bilhões de litros em 2011. Somente Paraná e Bahia tiveram índices positivos.

“A rentabilidade do produtor, principalmente no primeiro semestre, caiu, em função dos altos custos de produção. Isso basicamente em função de milho e de farelo de soja”, explica a pesquisadora do Cepea Aline Ferro.

Os principais ingredientes da ração das vacas subiram 29% no ano passado. O preço do leite, pouco mais de 17%. Para o analista de mercado Maurício Nogueira, a situação desestimula o produtor.

“Estamos perdendo mercado de leite e de lácteos no Brasil. Isso é preocupante, porque a luta é para construir mercado. O Brasil é um dos países em que o mercado se expande. É um mercado consumidor interessante, então perder não é bom”, avalia.

O produtor José Dini conta que a produção de leite em sua propriedade, localizada em Piracicaba, São Paulo, caiu de cem litros para 60 litros de leite por dia nos últimos três meses. Ele recebe R$ 0,60 por litro, que era vendido a R$ 0,80 no ano passado. Dini diz que, com área pequena, o pasto é escasso e o gasto com ração para suas 14 vacas fica em torno de R$ 600,00 por mês. O valor representa a metade dos ganhos com a venda de leite. “Subiu muito a ração e o farelo, e o preço do leite baixou”, lamenta.

Para aumentar a produção, ele sonha instalar uma ordenhadeira mecânica e um resfriador para o produto, além de melhorar a pastagem. Entretanto, para isso, de acordo com especialistas, seria necessário um investimento entre R$ 600,00 e R$ 800,00 para cada litro.

“A gente gostaria de investir, mas já tirando do próprio leite. Tirar do capital para investir aqui não é viável hoje”, afirma.

Fonte: Canal Rural (acessado em 08/02/2012)

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