Relatório do Deter (Sistema de
Detecção de Desmatamento
Tempo Real
que em junho o desmatamento na Amazônia atingiu 578 km2, área equivalente à
metade do município do Rio de Janeiro.
Em relação aos dados de maio, quando os satélites haviam registrado 123 km2
de desmate, houve aumento de 370%. No entanto, de acordo com o Inpe, essa comparação não é precisa, porque a cobertura
de nuvens é diferente em cada mês, o que impede que os satélites visualizem
sempre as mesmas áreas para compará-las.
Junho marca o início do período seco na Amazônia, o que aumenta o risco de
queimadas e novos desmatamentos. Em relação ao resultado de junho de 2008,
quando o Inpe registrou 870 km2 de área devastada,
houve queda de 33%.
De acordo com o Inpe, a cobertura de nuvens na
região pode ter prejudicado a visualização de mais desmatamentos. Por causa
das condições de visibilidade, os satélites deixaram de verificar 43% da
Amazônia Legal em junho. “Estados como o Amapá, o Amazonas e Roraima não
puderam ser monitorados adequadamente, pois apresentaram um alto índice de
cobertura de nuvens no período, de 96%, 70% e 94%, respectivamente”, diz
o relatório.
O Pará, que pela primeira vez no ano teve mais da metade de sua área livre de
nuvens, registrou a maior devastação em junho: 330 km2 de florestas a menos
no período (57% do total de junho). Mato Grosso aparece em seguida, com 181
km2 de novas áreas desmatadas, seguido por Rondônia, com 41 km2 de desmate.
O desmatamento medido pelos satélites no Amazonas foi de 16 km2; no Maranhão,
de 5 km2; e em Tocantins, de 3 km2. Os estados do Amapá e do Acre registraram
1 km2 de desmate, cada. Não há dados sobre Roraima.
A medição do Deter considera as áreas que sofreram corte raso (desmate
completo) e as que estão em degradação progressiva. O sistema serve de alerta
para as ações de fiscalização e controle dos órgãos ambientais.
De agosto de 2008 até junho de 2009, o Deter registrou 3.538 km2 de
desmatamento na Amazônia Legal. No período anterior (agosto de
área devastada foi de 7.822 km2.
A redução verificada pelo Deter pode sinalizar queda na taxa anual de desmatamento,
medida pelo Prodes (Projeto de Monitoramento do
Desflorestamento na Amazônia Legal). O número atual (2007/2008) é de 11,9 mil
km2.
Fonte:
Folha Online, acesso em 03/08/2009