As doenças cardíacas são comuns em cães e gatos com idades mais avançadas. O problema começa discretamente, sem apresentar sintomas, e pode se agravar rapidamente, levando os animais de estimação à morte, quando não tratadas a tempo. Com diagnóstico precoce e tratamento correto, é possível que os pets tenham uma vida prolongada e com qualidade.
Neste Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) promove a conscientização de tutores de cães e gatos sobre a importância dos cuidados com o coração dos bichinhos, com o objetivo de dar maior longevidade e garantir o bem-estar do paciente.
Os sintomas mais comuns a todas as cardiopatias são tosse, cansaço, intolerância ao exercício e comprometimento renal. Em estágio avançado, a cardiopatia em cães e gatos ocasiona dificuldade respiratória, inchaço em membros ou abdômen, língua arroxeada ou azulada, tonturas ou desmaios e emagrecimento.
Cardiopatia em cães
A doença valvar mitral crônica acomete 90% dos cães com mais de dez anos de idade. Conhecida como endocardiose salvar, ocorre por degeneração valvular, causando deficiência de funcionamento em uma das válvulas do coração e provocando refluxo do sangue. Como consequência, gera um quadro de insuficiência cardíaca.
Como não apresenta sinais iniciais, quanto antes for feito o diagnóstico, melhor. “O animal deve fazer check-up entre oito e dez anos. Se os exames mostrarem normalidade, pode repetir dentro do prazo de um ano. Se houver alteração, deve ser repetido a cada seis meses”, diz Otávio Verlengia, membro efetivo da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP.
Pode acometer qualquer raça, mas tem maior incidência nos cachorros mestiços e de pequeno porte das raças Poodle, Schnauzer miniatura, Chihuahua, Yorkshire e Maltês. Verlengia diz que em cães de grande porte a cardiopatia hipertrófica é a mais comum – quando a parede do coração fica espessa, dificultando o bombeamento do sangue.
Cardiopatia em felinos
A cardiopatia hipertrófica é o tipo mais comum entre os problemas de coração nos gatos. Com o aumento de volume do órgão e a dificuldade de bombeamento, o funcionamento do coração é afetado, sendo mais comum no macho, com idade média de quatro a nove anos.
A disfunção responde por dois terços de todas as doenças cardíacas e tem a genética como principal causa. Ela acomete especialmente as raças Maine Coon, Persa e Rag Doll, e aqueles resultantes do cruzamento entre elas.
Verlengia destaca a complexidade do diagnóstico em estágios iniciais da doença nos felinos, sendo o check-up ainda mais essencial no caso deles. O exame pode ser feito a partir dos dez anos de idade.