Domesticação muda hábitos dos animais, diz especialista

Fim de ano é sinônimo de férias, principalmente para a criançada que já passou de ano na escola e não precisa mais se preocupar em estudar. Esse é o caso da pequena Taís de Carvalho Rodrigues, 9 anos. A estudante da terceira série do Ensino Fundamental da Escola Adolfo Konder, na Velha, passou direto. Agora, a única preocupação dela é brincar. E ela faz isso de uma maneira um pouco diferente das meninas da idade dela. Em vez de bonecas, Taís adora bichos. Prova disso é a diversidade de espécies que ela tem em casa. Pássaros, galinhas, cachorros e patos ocupam o dia a dia da menina.

No meio da bicharada, a preferência de Taís é a galinha Zezinha, uma garnizé com mais de cinco anos. A ave tem costumes pouco usuais para a espécie. A dona-de-casa Terezinha Rodrigues, 46, mãe de Taís, conta que quando Zezinha está prestes a colocar ovos, abandona o galinheiro e procura a comodidade da sala de TV.

“Ela só choca ovos no balanço da Taís. Enquanto os ovos não se quebram, ela não sai daqui de dentro de casa”, conta ela, em meio a risadas, lembrando de uma das proezas da ave.

Taís ganhou o animal do pai. Foi ela, inclusive, quem escolheu a ave entre as diversas que o pai trouxe para criar em casa.

“Quando meu pai trouxe as galinhas, foi dela que eu mais gostei, pelo jeito mais arisco”,– conta a menina.

Há pouco mais de um mês, Zezinha chocou dois filhotes de pato. Terezinha lembra que o marido, Paulo, trouxe para casa os dois ovos que ganhou de um amigo. A galinha viu e começou a chocar.

“Ela cuida dos patinhos como se fossem filhotes dela”, comenta.

Quanto mais os animais convivem com as pessoas, maior a possibilidade de mudarem de hábitos. Se estiverem mais próximos dos seres humanos do que de outros bichos da mesma espécie, a influência é ainda mais determinante.

O biólogo Rudi Laps, especialista no estudo de aves, explica que os animais tendem a imitar aqueles que os criam, com quem convivem intensamente. Ele cita o estudo desenvolvido pelo biólogo alemão Lorenz, que criava gansos.

“Os gansos imitavam tudo o que ele fazia, adotando-o como uma espécie de mãe e mudando o comportamento”, exemplifica.

De acordo com o especialista, as aves têm mais tendência a adaptar o comportamento, para se parecer com o dos homens, do que os mamíferos. Quanto ao fato de a galinha Zezinha procurar o balanço onde Taís brincava para chocar os ovos, Laps acredita que a ave deve ter relacionado o local como um lugar seguro, tranquilo e aconchegante para ela poder procriar.

Fonte: Jornal de Santa Catarina (acessado em 07/12/09)

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