Uma proposta internacional que, por meio da Internet, tem por objetivo centralizar informações e inserir cursos sobre o bem-estar animal, foi tornada pública pela primeira vez durante o Congresso Brasileiro de Bioética e Bem Estar Animal. O evento foi promovido pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária, em Belo Horizonte (MG), no início deste mês. O projeto, que será assinado até o final do ano, recebe recursos da União Européia reunirá inicialmente colaboradores da Alemanha, Brasil, Escócia, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Tchecoslováquia, Portugal e Noruega. Após a aprovação, o Conselho Federal de Medicina Veterinária deverá fazer parte da rede de parceiros.
Com o título inicial de Escola Global de Ensino e Pesquisa na Área de Bem-Estar Animal (Egepabea), o projeto terá uma verba disponível de 4,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 10,5 milhões), provenientes do financiamento VII Framework Program. A coordenação geral é feita pelo professor Adroaldo Zanella, brasileiro que atua na Escola de Ciência Veterinária da Noruega, e busca parcerias também com centros de pesquisa do Brasil.
“A proposta da Escola Global em bem-estar animal prevê o desenvolvimento de módulos via internet, bem como módulos híbridos e módulos presenciais. O objetivo principal é embasar o bem-estar animal em tratativas científicas, encurtando a distância entre a geração de conhecimento e a aplicação prática de resultados”, explicou o professor, detalhando que inicialmente o programa será destinado para os países da União Européia, com foco em animais de produção.
Para organização, a proposta se dividirá em quatro objetivos de pesquisa. O desenvolvimento de protocolos de monitoramento de indicadores de bem-estar animal estará centralizado na Itália; os aspectos da relação entre doença e bem-estar animal ficarão com Alemanha, Inglaterra e Portugal. O terceiro eixo, que tratará do impacto do estresse no período pré-natal, ficará com a Noruega, Escócia e República Tcheca. Por fim, o quarto objetivo, que será desenvolver a Escola Global, estará centralizado na Noruega com possível extensão para o Brasil. Cada grupo contará com um administrador geral e pesquisadores interligados.
Para Zanella, é muito interessante a participação do Brasil, pois os estudos nessa área avançaram verticalmente nos últimos seis anos. Ele acredita que empresas e pessoas estão mais conscientizadas para o tema. “Iniciei meus trabalhos com bem-estar há 23 anos, e na época era muito difícil falar sobre o tema. Nos últimos anos, as pesquisas e o interesse pelo bem-estar no Brasil crescem de tal forma que não existe comparativo com outro país do mundo”, avaliou. A previsão é de que as atividades da Escola Global comecem em janeiro de 2011.
Fonte: Suinocultura Industrial (acessado em 11/08/10)