Especialistas defendem um controle rigoroso da criação e venda de pit bulls

Após a menina Sofia Heber Pinto, de apenas três anos, ter sido atacada por quatro pit bulls em sua própria casa, no início desta semana, em Cuiabá, os debates acerca da ferocidade e agressividade do animal cresceram entre os que defendem a raça e os que acreditam que ela deve algum tipo de controle no País.

Criador de cachorros e um apaixonado por animais, André Portocarrero mantém o blog “Pit Bull é uma ameaça” (www.pitbulleumaameaca.blogspot.com) e diz que a raça, em sua opinião, não deve ser exterminada, mas ter restringida a compra e a venda. Além disso, em cada animal deveria ser implantado um chip de identificação e controle.

André diz que o pit bull não pode ser usado como animal de estimação, já que é considerado o mais violento cachorro do mundo e com maior potencial de ataque. “Ele é um produto do homem: a mistura de várias raças, as melhores em lutas, em rapidez e em violência. Em um ataque, ele vai até o fim, porque foi aprimorado para isso”, explica.

Outra ponderação feita por André é de que muitas pessoas sem as mínimas condições começaram a comercializar o cão por puro interesse financeiro, sem consciência do histórico e das necessidades do animal. Para ele, o pit bull precisa ter uma criação diferenciada de outros cães. “Eles precisam de exercício, alimentação especial, adestramento e de um espaço seguro para ficar. Ele é como um leão e as pessoas não entendem isso”.

André diz que o ideal seria castrar os que já mataram ou morderam alguém e monitorar os criadores. Segundo ele, o pit bull não é um cão de guarda, como muitos pensam, pois não late muito e não é ensinado para defender uma casa. “Adquirem o animal pensando que estão mais seguros e, na verdade, levam a ameaça para dentro de casa”, diz.

O criador de pit bulls e proprietário de um canil em Cuiabá, Fábio Bumlai, explica que o animal é como todos os cachorros e precisam de carinho e atenção, mas, de fato, teria necessidades diferenciadas, como uma alimentação balanceada, muito exercício físico e espaço para brincar, correr e se divertir. Ele também defende a ideia de implantar microchips nos animais. Na verdade, essa prática já existe e a ferramenta traz informações sobre a procedência do cão. “Todos os cães precisam ser controlados por uma entidade maior, para que os donos recebam orientações e se adéquem às regras para criação do pit bull”, afirma.

Fábio alerta para dois pontos importantes. O animal, segundo ele, não seria ideal como cão de guarda e sentiria muito ciúme de seus donos. Ele também diz que o cão é hiperativo e não gosta de animais de outras espécies.

Ele afirma ainda que é muito comum a venda clandestina dos filhotes, o que faz com que pessoas sem conhecimento da raça adquiriram o cão. “O pit bull virou moda principalmente entre jovens e pessoas que querem exibir força e vitalidade canina, mas é preciso saber lidar com ele. O cão aguenta muito, é bem forte, com grande massa muscular, mas pode ser manso e muito carinhoso se for bem tratado”, diz. Cada filhote com pedigree custa no mínimo R$ 1 mil.

Fonte: Diário de Cuiabá (acessado em 12/01/2012)

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