Estudo aponta que dois terços de rios do mundo estão contaminados por antibióticos

A cada ano 700 mil pessoas morrem por infecções resistentes ao medicamento
Texto: Comunicação CRMV-SP (com informações de National Geografic Brasil)
Fotos: Pixabay

Tanto na saúde humana quanto na animal, o uso indiscriminado de antibióticos e a falta de políticas de destinação de seus resíduos constroem um cenário preocupante. Prova disso é o resultado de um estudo internacional inédito, que apontou que aproximadamente dois terços de 72 rios analisados em diferentes regiões do planeta estão contaminados por essas substâncias.

A descoberta é um alerta grave, afirma Alistair Boxall, um dos cientistas que liderou o estudo e químico ambiental da Universidade de York, no Reino Unido. “São moléculas biologicamente ativas, e nós, como sociedade, estamos descartando toneladas delas no meio ambiente”, afirma.

Os antibióticos impedem o desenvolvimento de infecções, salvando milhões de vidas todos os anos. Mas as populações de bactérias conseguem evoluir como resposta à ameaça de um medicamento, modificando-se para escapar dos efeitos dos medicamentos criados para eliminá-las.

Isso significa que uma infecção causada por uma dessas cepas bacterianas “resistentes” é mais difícil e, às vezes, impossível de tratar. A diretora médica do governo do Reino Unido, a professora Dame Sally Davies, afirma que o problema piora a cada ano, “ameaçando de forma catastrófica” a capacidade dos médicos de tratarem infecções simples no futuro.

A resistência cresce

Um relatório de 2016 descobriu que, a cada ano, cerca de 700 mil pessoas morrem em todo o mundo de infecções resistentes aos antibióticos que temos hoje. Cientistas, médicos especialistas e oficiais de saúde pública temem que esse número aumente exponencialmente conforme aumenta a resistência aos medicamentos normalmente utilizados.

Em 2014, um estudo solicitado pelo Reino Unido alertou que até 2050 infecções resistentes a antimicrobianos podem ser a principal causa de morte em todo o mundo. E a “poluição” de antibióticos ajuda a acelerar o desenvolvimento de cepas resistentes, pois antibióticos em excesso atingem os sistemas naturais e influenciam as bactérias que lá habitam.

Desequilíbrio ecológico

Essa poluição também rompe o delicado equilíbrio ecológico de rios e córregos, alterando a composição das comunidades bacterianas. O que pode afetar todos os tipos de processos ecológicos, afirma Emma Rosi, ecologista aquática do Instituto Cary de Estudos do Ecossistema, em Millbrook, Nova York, porque muitas bactérias desempenham papéis essenciais no ecossistema dos rios, por exemplo, ajudando a reciclar nutrientes como carbono ou nitrogênio.

Um grande problema para os cientistas é que ninguém sabe exatamente como, onde e quando os antibióticos vão parar no meio ambiente. Muitos países possuem poucos ou nenhum dado sobre a concentração de antibióticos em seus rios. Então, Boxall e colegas decidiram começar a mapear o tamanho do problema.

 

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