Ao contrário do que argumentam os ruralistas, o Código Florestal Brasileiro, do jeito que está, não representa um entrave para o crescimento do agronegócio no País. Estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), sob a coordenação do professor Gerd Sparovek, aponta que bastaria apenas melhorar a produtividade do setor em algumas regiões do Brasil para se obter tal resultado.
Segundo o estudo, hoje cerca de 211 milhões de hectares são utilizados pela pecuária, sobretudo a de corte. Na maior parte dessas áreas, a atividade é feita de maneira extensiva (com 1,1 cabeça de gado por hectare). Como solução, os autores da pesquisa defendem a integração da agricultura e da pecuária em um mesmo terreno, praticando o manejo dos pastos por meio de correção do solo, fertilização, entre outras técnicas já aplicadas com sucesso no País.
Para a WWF-Brasil, que apoiou o estudo da USP, um dos grandes equívocos da proposta para o novo Código Florestal (relatório elaborado pelo deputado federal Aldo Rebelo do PCdoB/ SP), foi justamente não ter ouvido a comunidade científica durante a elaboração do documento.
“As discussões deveriam ter sido pautadas por fundamentos científicos e não por argumentos enviesados e distorcidos”, afirma Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, superintendente de conservação da organização não governamental.
“Corremos o risco de perder um dos grandes diferenciais de nossa agricultura, que é o de produzir de maneira competitiva contribuindo para a conservação dos ecossistemas e cursos d’água”, declara.
Uma nova sessão da Comissão Especial sobre Alterações no Código Florestal, na Câmara dos Deputados, para discutir as mudanças propostas à legislação ambiental brasileira está prevista para o próximo dia 28 deste mês.
Fonte: EPTV (acessado em 24/06/10)