Suínos confinados em
ambientes de criação intensiva respondem com elevados níveis de ruídos quando
expostos a condições térmicas desconfortantes. A constatação está numa
pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (Esalq), da Universidade de São
Paulo (USP) de Piracicaba, pela engenheira agrícola Giselle
Borges. Os resultados apontam uma correlação entre o ruído dos animais e a
situação do ambiente em que estão inseridos.
"Por meio dos níveis de ruído emitidos pelos
suínos confinados em ambiente de produção intensiva foi obtido um novo
indicativo de bem-estar como resposta a variação ambiental", afirma. O
estudo levou em conta a variação da temperatura e umidade relativa no
interior da instalação.
Na primeira parte do trabalho, cinco leitões foram submetidos a um
experimento em câmara climática, expostos a temperaturas desde a condição
inicial de conforto (
até temperaturas superiores a de estresse térmico por calor (
apresentaram sinais críticos de estresse térmico por calor a partir de
prostração e apatia dos animais e, conseqüentemente, menor emissão de
ruídos", conta a engenheira agrícola, pesquisadora do Núcleo de Pesquisa
em Ambiência (Nupea) da Esalq.
A etapa seguinte aconteceu no galpão de uma granja comercial de suínos
São Paulo), com o acompanhamento dos animais durante o período de
"Sensores de temperatura e umidade relativa armazenaram os dados das
variáveis ambientais no interior da instalação enquanto três decibelímetros fizeram a captação do ruído animal.
Constatou-se que o nível de ruído emitido pelos suínos apresentou-se mais
elevado com o aumento da temperatura no interior do ambiente no qual os
leitões estavam confinados", diz Giselle.
Os níveis de ruído registrados no experimento de campo variaram entre 52 e 60
decibéis. "Na faixa considerada de conforto para os suínos, de 20ºC a
55 decibéis. Na faixa de alerta, entre 24ºC e
decibéis", relata a pesquisadora.
Com os dados da pesquisa foi possível montar um banco de dados dos níveis
sonoros dos suínos, o qual futuramente deverá subsidiar a produção de um
software para aquisição e análise das informações fornecidas pelos próprios
animais. Dessa forma, os produtores terão informações para atender às
exigências das normas de bem-estar animal e vitar
quedas na produtividade.
Fonte: Portal Terra, aceso em 19/05/200