Evolução da aftosa no Paraguai pode impactar vendas do Brasil

O Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa) do Paraguai anunciou ontem (9) que todos os animais infectados com a febre aftosa, em propriedades da província de San Pedro, foram abatidos. Ao todo, 164 cabeças de gado de três fazendas próximas da fronteira com o Brasil foram sacrificadas com a utilização de rifle sanitário e enterradas em covas, conforme o protocolo de procedimentos da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Uma semana depois da confirmação de um foco do vírus, as autoridades paraguaias não suspeitam de novas ocorrências no país, mas mantêm o alerta e a restrição da circulação de animais na região afetada. No Brasil, enquanto o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) intensifica a fiscalização da entrada em quatro Estados, surge a preocupação com o cenário das exportações da carne in natura. No Rio Grande do Sul não é diferente.

Considerado pela OIE um território livre da febre aftosa com vacinação, o Estado passa a depender da evolução da situação paraguaia para manter expectativas e compradores no mercado externo. Especialistas afirmam que pode ser precipitado fazer qualquer tipo de projeção sobre o impacto para o setor não só no Brasil, mas em todos os países exportadores de carne do Mercosul.

Entretanto, o momento delicado para o país vizinho também pode significar um aquecimento da demanda em tradicionais compradores, que por ventura venham a embargar a entrada de carne paraguaia. Segundo o diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs), Zilmar Moussalle, ainda é cedo para uma análise mais ampla. Ele é enfático ao afirmar que os produtores gaúchos não esperam que o vírus se alastre, pois isso poderia significar riscos maiores para o produto nacional. No entanto, caso as medidas não sejam eficazes para o controle da doença no Paraguai, é possível que o Estado se beneficie com a expansão da venda para alguns mercados.

“Não é o que queremos, mas se o Paraguai tiver uma interdição total, isso poderá ser benéfico aos outros países exportadores. Não só o Brasil, mas também a Argentina e o Uruguai. Os exportadores de carne são sempre os mesmos e a demanda dos mercados internacionais é crescente. No entanto, só com uma interdição total algum segmento poderá se beneficiar”, revela.

Moussalle ressalta que há mais de uma semana não foram registrados novos focos e a continuidade desse cenário não deve alterar o panorama do comércio mundial de carnes. “Esperamos que o vírus não se alastre, porque também pode significar uma tragédia para toda a América do Sul. Essa é uma marca extremamente negativa para o produto no mercado internacional”, alerta o diretor.

De acordo com Moussalle, existem outros países mais problemáticos que o Paraguai, com destaque negativo para a Bolívia.

Fonte: Jornal do Comércio (acessado em 10/01/2012)

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