A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) anunciou, no dia 28/5, que está preparando uma série de guias para ajudar a identificar os tubarões de águas profundas e a estimular uma pesca mais sustentável. “Embora não seja habitualmente o alvo da pesca, os tubarões e alguns grupos de esponjas e corais de água fria podem ser afetados por barcos que fazem pesca de arrasto em águas profundas, entre 200 e 2.000 metros”, alertou a agência das Nações Unidas, com sede em Roma.
A agência internacional indica que poucos países dão atualmente informações detalhadas sobre a captura acidental em águas profundas, razão pela qual é difícil entender os efeitos da pesca nestes ecossistemas marinhos vulneráveis. “Lá embaixo existe uma grande variedade de espécies estranhas e maravilhosas, que desempenham um papel importante nos ecossistemas de águas profundas”, explicou Johanne Fischer, do Programa Fishfinder da FAO.
“Em geral, a informação sobre as capturas de peixes cartilaginosos – tubarões, arraias, jamantas e tubarões fantasma, todos eles com esqueletos feitos de cartilagem em vez de osso – é escassa em comparação com a de peixes ósseos”, acrescentou a agência.
As águas profundas são o maior habitat do planeta, pois abarcam 53% da superfície do mar, e, nas últimas décadas, os pescadores têm explorado cada vez mais seus recursos, afirma a FAO. A pesca em águas profundas nas áreas situadas fora da jurisdição nacional fica fora do controle de qualquer país e se desenvolve com frequência em áreas de relevo marinho, como os montes submarinos.
“Esses ecossistemas costumam ser sensíveis, já que muitas espécies de águas profundas amadurecem e se reproduzem com lentidão, sendo especialmente vulneráveis à sobrepesca”, advertiu a entidade internacional, que pede que autoridades e pescadores adotem estratégicas específicas.
O primeiro guia da série da FAO sobre espécies vulneráveis de águas profundas se concentra no Oceano Índico, uma das regiões mais diversas e menos conhecidas na área de peixes cartilaginosos de águas profundas. O guia é plastificado para seu uso no mar e inclui ilustrações coloridas dos tubarões mais difíceis de identificar ou capturados com maior frequência, assim como informações sobre outras espécies que costumam ser mal-identificadas.
Fonte: Ambiente Brasil