Febre amarela tem novo perfil

Uma equipe de médicos,
veterinários e biólogos destacada pelo Ministério da Saúde iniciou há alguns
dias uma investigação em campo para descobrir por que o comportamento da
febre amarela mudou no País. Os surtos da doença, que tradicionalmente
ocorriam a cada sete anos, passaram a ser menos espaçados.
A geografia também mudou – antes concentrada em alguns pontos do território,
a febre amarela avança aos poucos para áreas que antes eram consideradas
livres da doença. Os exemplos mais recentes estão no Rio Grande do Sul e no
sudoeste de São Paulo. Juntas, as duas regiões, antes sem risco para febre
amarela, registraram entre novembro de 2008 e abril deste ano 43 infecções,
com 16 mortes.
Diante desse quadro, a equipe foi para a região onde os surtos estão
ocorrendo. O objetivo é decifrar as causas da mudança e, principalmente,
tentar antever quais os caminhos mais prováveis para a doença num futuro
próximo. Com base nesses dados, epidemiologistas pretendem traçar uma
estratégia para prevenir novos casos a curto prazo.
Os trabalhos de pesquisa começaram há três meses. Semana passada, um grupo de
especialistas foi ao Rio Grande do Sul pesquisar as áreas afetadas, a última
etapa do trabalho. O mesmo processo foi feito em São Paulo. A
expectativa é de que, até julho, os resultados preliminares do trabalho
estejam concluídos.
Na visita, os especialistas procuraram respostas para várias perguntas. Entre
elas, se há aumento de criadouros do vetor da doença e se há tendência de
migração de macacos – e por que isso estaria ocorrendo. A doença é
transmitida pela picada de mosquito. Nas matas, macacos são
o principal reservatório do vírus. "São várias as hipóteses para
explicar essas mudanças", diz a coordenadora adjunta do departamento de
vigilância epidemiológica do ministério, Carla Domingues.
As mudanças climáticas são uma das primeiras razões lembradas. O clima mais
quente favorece a proliferação do mosquito vetor da doença, o Haemagogus. O desmatamento, além de favorecer o o aumento da temperatura,
também pode causar o deslocamento de primatas para as áreas mais habitadas. Em São Paulo, a mudança
pode ter sido provocada por alterações na agricultura, aumento da temperatura
e obras na região. "A área afetada no Estado está muito próxima de
represas. A combinação de vários fatores pode ter levado a essa
mudança."
Neste ano, por exemplo, a temperatura no Rio Grande do Sul foi bem alta, o
que pode ter favorecido o aumento dos criadouros. "Por enquanto temos
várias especulações. O trabalho pretende entender a dinâmica e, a partir daí,
antever outras áreas suscetíveis à expansão da doença", diz Carla. Com a
confirmação das infecções, foi organizada campanha de vacinação nas cidades
afetadas e áreas próximas.
Dados oficiais mostram que no Rio Grande do Sul 2,2 milhões de doses foram aplicadas . Em São Paulo, 1,5 milhão
de pessoas foram imunizadas. "Esse número deve aumentar até o fim do
mês, quando termina a iniciativa", afirma Carla Domingues.

Fonte: Estado de S. Paulo, acesso em
21/05/2009

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