O ministro da Saúde,
José Gomes Temporão, disse ontem (16) que não há motivo para alarde apesar de
constatada a circulação do vírus Influenza H1N1 em território brasileiro.
"O momento é de tranqüilidade, toda a nossa estratégia está
governo está mobilizado para dar conta da situação, para atender
adequadamente as pessoas", afirmou o ministro, em entrevista coletiva
concedida à tarde, depois que se confirmou o primeiro caso de contaminação
sem que o paciente tivesse saído do país ou mantido contato com pessoas
contaminadas no exterior.
“Não há nenhum motivo para pânico, não há nenhum motivo para que isso mude
radicalmente o comportamento das pessoas”, reiterou. Pelo menos por enquanto,
o governo federal não mudará sua estratégia de prevenção e combate à doença.
A estratégia é reforçar as campanhas de esclarecimento à população,
informando sobre os sintomas da doença, como febre alta, tosse, dor de
garganta, dificuldade respiratória e dor muscular ou articular, que requerem
acompanhamento médico. “Não fique em casa tomando chazinho, procure um médico
ou um posto de saúde”, alertou o ministro.
Ele lembrou que os médicos é que devem determinar se há a necessidade de
tratamento com o antiviral Oseltamivir e, se for o caso, indicarão as demais medidas terapêuticas
adequadas. Segundo Temporão, o governo federal já adotou, há três semanas, as
medidas necessárias para o momento em que fosse constatada a circulação
independente do vírus. Desde 26 de junho, os 68 hospitais de referência do
país (com cerca de mil leitos com isolamento adequado) passaram a ser
reservados para doentes com complicações e os exames laboratoriais passaram
ser feitos apenas para comprovar a existência do vírus em casos graves, para
confirmar surtos da doença ou para confirmar infecções em novas áreas.
“Todas as estratégias que tínhamos que tomar para este momento já foram
tomadas. Até o momento, há a comprovação de circulação independente do vírus
no estado de São Paulo e indícios de que o mesmo esteja ocorrendo no Rio
Grande do Sul, onde ocorreram sete das 11 mortes registradas no país”. De
acordo com o ministro, o Rio Grande do Sul é o estado que inspira mais
cuidados nesse momento devido às condições climáticas favoráveis à
proliferação do vírus e à proximidade com a Argentina, onde já foram
registrados 3.056 casos e 137 mortes. O governo federal está enviando àquele
estado nova remessa de medicamentos, suficientes para mil tratamentos, e
orientando o estado a prescrever o remédio aos profissionais de saúde que
tiverem contato com pacientes infectados sem uso de luvas e máscaras
protetoras.
O ministro assegura que o país tem estoque suficiente para tratamento de
todos os casos indicados e matéria-prima para produzir 9
milhões de tratamentos.
Na próxima semana, chegarão ao país 50 mil doses dos 800 mil tratamentos que
o Brasil adquiriu do antiviral Oseltamivir. O
restante será entregue em setembro.
Fonte: Safras
& Mercado, acesso em 17/07/2009