Nos últimos anos, a pecuária brasileira vivenciou um período de grande profissionalização. Hoje, muitos pecuaristas trabalham como uma empresa, maximizando custos e aumentando a produção, norteados muitas vezes por um planejamento bem definido. No que diz respeito às questões de sanidade do rebanho, estas estratégias de atuação necessitam de uma atenção especial pelo fato de impactarem diretamente na produtividade do plantel.
De acordo com o médico veterinário e coordenador de território da Merial Saúde Animal, Adauto Silva, a definição de um rigoroso calendário sanitário é uma importante ferramenta para se reduzir a incidência dos principais problemas de saúde que acometem os rebanhos. Definindo essa estratégia, os produtos para saúde animal são aplicados em épocas chaves para um controle eficaz de parasitos, sempre identificando os problemas de cada fazenda.
Em muitos Estados, o controle de parasitas é realizado com o calendário anual de vacinação contra a febre aftosa adotada pelos governos, mas nem sempre é o mais eficaz para determinados problemas. No caso do controle do carrapato, um dos principais problemas do sul do Brasil, a aplicação de vacinas no mês de novembro vem muito tarde. Conhecendo o ciclo deste parasita, a aplicação vai se tornar curativa e não preventiva. Características como raça, clima, região, mão-de-obra, instalações e manejo aplicado, também devem ser consideradas na hora de estabelecer este planejamento.
“Um calendário sanitário tem uma função muito importante nesse aspecto, pois prevenindo doenças e controlando prejuízos econômicos, o aumento da produção é significativo”, alerta Silva. Além disso, com o uso de um calendário estratégico, diminui-se o manejo de curral, não sendo necessário reunir mais de uma vez por mês os animais para banhar, aplicar vermífugos, entre outros manejos. “Pensando em bem-estar dos animais e no aumento da produção, devemos colocar o mínimo possível estes animais no curral”, finaliza.
Redução de custos – Além dos benefícios no aumento da produtividade, o pecuarista também consegue realizar uma previsão bastante precisa do que vai gastar durante o ano com sanidade animal. Segundo o especialista, a instituição de um calendário possibilita ainda maior preservação dos medicamentos, pois o uso em épocas erradas e também indiscriminadas – uso curativo – pode causar resistência parasitária.
Outra questão importante é a possibilidade de definir o custo real por cabeça ao ano, pois, na maioria das vezes, o pecuarista não tem estes dados. Em posse dessas informações, é possível optar por um produto de qualidade superior, pois, muitas vezes, os gastos são elevados pela quantidade de doses aplicadas, que acaba sendo muito maior do que quando se possui um calendário de uso estratégico.
“A adoção de um calendário de vacinação é uma forma de evitar desperdícios e de ampliar a receita e a produtividade. Além disso, gera menos estresse ao animal e garante uma maior eficiência no controle de diversas enfermidades”, finaliza Silva.
Fonte: Revista Fator (acessada em 18/12/2009)