Incêndio que destruiu acervo do Instituto Butantan foi acidental, diz laudo

Laudo do Instituto de Criminalística de São Paulo concluiu que o incêndio no Instituto Butantan, em maio do ano passado, que destruiu um dos maiores acervos do mundo de cobras, foi acidental. Segundo o Instituto de Criminalística, o fogo que comprometeu boa parte das 85 mil serpentes, aranhas e escorpiões que estavam empalhados ou conservados em formol começou por causa do superaquecimento de pedras de calor usadas em ambientes artificiais para aquecer as cobras, que possuem uma resistência elétrica. O acervo destruído no Laboratório de Répteis é um dos maiores do mundo. Centenas de espécies que havia sido capturadas ainda nem haviam sido descritas.

O laboratório, de 660 metros quadrados, tinha cem anos. O fogo teve início às 7h30 do dia 15 de maio de 2010 e foi controlado no meio da manhã. Os animais vivos, entre eles várias espécies de cobras e aranhas, estavam em outro local e não foram atingidos. No laboratório, segundo os bombeiros, a quantidade de álcool e formol aumentou a intensidade das chamas.

“Eram 77 mil cobras tombadas, mais umas cinco mil para tombamento. Todo o conhecimento do Brasil estava aqui, são cem anos de história”, diz Francisco Franco, curador da coleção.

O Instituto Butantan começou, em fevereiro, a construir o novo Prédio de Coleções, que terá o espaço mais bem organizado e distribuído para o armazenamento do material científico, além de ferramentas modernas para controle de ambientes e prevenção de incêndio. Ao todo, serão investidos R$ 3 milhões na obra.

De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, o novo prédio é fundamental para a conservação de um dos mais importantes acervos de herpetologia, ramo da zoologia que estuda répteis e anfíbios.

“Um acidente como o que ocorreu no ano passado não pode se repetir, nem com as coleções, nem com nada que temos aqui dentro. Com o tempo, o Butantan vai ter que se adequar ao século 21”, afirma.

Kalil disse que as espécies perdidas no incêndio serão repostas por meio de novas coletas em campo e com doações, mesmo que essas últimas tenham diminuído recentemente por conta das leis ambientais.

“Sem dúvida, sempre há trocas nacionais e internacionais para que possamos repor. O acervo de serpentes sofreu um baque muito grande e esperamos que ele volte a ser o maior do mundo”, diz ele.

A previsão é que as obras sejam concluídas no final do ano. A ocupação e a organização do acervo no novo local devem começar logo em seguida, no início de 2012. O material restante está armazenado em diversos lugares dentro do instituto.

Fonte: O Globo (acessado em 23/03/2011)

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