Inserção da mulher no Exército Brasileiro completa 30 anos

Comando Militar do Sudeste conta com contingente feminino de mais de 1.700 militares, sendo três médicas-veterinárias
Texto: Comunicação CRMV-SP / Foto: Divulgação Comando Militar do Sudeste

Este ano, o Dia da Medicina Veterinária Militar, comemorado em 17 de junho, tem como marco a celebração dos 30 anos da inserção da mulher brasileira no Exército. Atualmente, o Comando Militar do Sudeste abrange a totalidade do estado de São Paulo e conta com 18.229 militares, dentre os quais 1.774 são mulheres, sendo três médicas-veterinárias.

Entre elas, a 1º Tenente Daianna Burlini, que ingressou no Exército, em 2017, por meio do concurso de admissão para o Curso de Formação de Oficiais do Quadro Complementar, e, em seguida, foi designada para servir no 72º Batalhão de Infantaria Motorizado (72º BIMtz), situado em Petrolina (PE), onde assumiu a chefia do Parque Zoobotânico da Caatinga.

“Foi uma ocasião de grande aprendizado na área de animais silvestres do bioma local, não só na parte clínica, mas também no trabalho importantíssimo que o Exército realiza de preservação e educação ambiental da caatinga naquela cidade”, afirma a tenente.

Daianna foi responsável também pelas instruções relativas a animais peçonhentos para o Centro de Instrução e Operações na Caatinga (CIOpC) e pela assistência médico-veterinária de pequenos ruminantes da Fazenda Tanque do Ferro, local onde é ministrado parte do estágio de adaptação e operações na caatinga do Exército Brasileiro

Transferida para o 2º Batalhão de Polícia do Exército (2ºBPE), em Osasco (SP), em 2019, para atuar na Seção de Cães de Guerra e Centro de Reprodução e Distribuição de Caninos do Exército, atualmente, a 1º Ten. Daianna Burlini é responsável pelo Serviço de Aprovisionamento do Batalhão. “Onde é possível colocar em prática os conhecimentos da área de vigilância sanitária de alimentos e prover alimentação de qualidade à tropa.”

Já a 2º Tenente Monique Maytê Malho Gomes, oficial veterinária temporária, ingressou no Exército Brasileiro, em 2019, no 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado, no Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai. “Servi quase três anos nesse regimento e, após esse período, fui transferida para São Paulo, atuando hoje no Comando da 2ª Região Militar como chefe da remonta e veterinária, e com a segurança alimentar da tropa”.

Contribuição da mulher

A participação feminina no Exército teve início em 1992 e, desde então, o número só aumenta. A 1º Ten. Daianna Burlini destaca que o trabalho iniciado pelas mulheres da primeira turma foi se consolidando ao longo dos anos com a dedicação do segmento feminino e a demonstração de comprometimento com a hierarquia e a disciplina, pilares da instituição.

“As militares não representam o sexo frágil na força. Durante esses 30 anos, elas conseguiram conquistar o seu espaço provando que não precisam de quaisquer benefícios ou vantagens pelo gênero. A vocação militar, o espírito de cumprimento de missão, a vontade de participar de todas as atividades militares estimularam as mulheres a superarem seus limites e a buscarem uma maior participação”, enfatiza Daianna.

A 2º Ten. Monique Gomes ressalta, ainda, que as contribuições não são exclusivas das mulheres, pois as Forças Armadas trabalham em equipe. “Atuamos na clínica e cirurgia de animais, qualidade da água e dos alimentos que é fornecida à tropa, defesa biológica, produção de soros, entre outras tarefas.”

Maiores desafios

Ainda que a presença das mulheres no Exército seja cada vez maior e mais efetiva, ainda há desafios pela frente. “A profissão requer constante aperfeiçoamento, então um dos grandes desafios enfrentados de maneira geral, independente do gênero, é manter-se atualizada frente às diversas possibilidades de atuação na força, o que nos motiva sempre a estudar e a buscar novas experiências”, ressalta a 1º Ten. Daianna Burlini.

Para a 2º Ten. Monique Gomes, a insegurança é um dos entraves. “Ainda somos um número em crescimento e, pela minha experiência como militar, descobri que os maiores desafios que enfrentamos são por insegurança. A partir do momento em que conhecemos nosso lugar, atuamos em nossa profissão, cumprimos nossa missão, e as dificuldades se tornam iguais tanto para homens quanto para mulheres.”

Futuro promissor

Mesmo havendo um número restrito de mulheres médicas-veterinárias no Exército Brasileiro, a participação tende a aumentar. A 1º Ten. Daianna Burlini não tem dúvida de que a presença da mulher é uma crescente, não só pela consolidação da participação feminina nesses 30 anos, mas também pela chegada da mulher na Academia Militar das Agulhas Negras, onde, em 2021, foi formada a primeira turma com mulheres na linha bélica do Exército Brasileiro.

“Essa presença já está aumentando. Em breve, teremos as mulheres provenientes da Academia Militar das Agulhas Negras, por exemplo, no comando de organizações militares. Em algumas missões já se nota a facilidade e maior habilidade das mulheres no desempenhar das funções”, conclui a 2º Ten. Monique Gomes.

Patrono

O Dia da Medicina Veterinária Militar foi instituído em homenagem ao patrono do serviço médico-veterinário do Exército, tenente-coronel médico João Muniz Barreto de Aragão.

Com a ajuda de médicos-veterinários franceses, Aragão criou a primeira escola de Medicina Veterinária do Brasil, em 1910, e foi responsável por implementar o serviço de Defesa Sanitária Animal, precursor do Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Os profissionais médicos-veterinários militares, atualmente, contribuem no controle e combate às zoonoses, na saúde animal, na preservação ambiental e na segurança alimentar dos quartéis e operações.

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